Empresário e ex-advogado, Ricardo Andrade Magro é responsável pelo Grupo Refit (nome fantasia da Refinaria de Manguinhos), alvo de uma megaoperação realizada nesta quinta-feira (27/11) pela Polícia Civil de São Paulo, Receita Federal e o Ministério Público. Procurada, a empresa não havia se manifestado até o fechamento deste texto.
O grupo é considerado o maior devedor de ICMS do Estado de São Paulo, o segundo maior do Rio de Janeiro e um dos maiores da União — acusado de sonegar R$ 26 bilhões.
A policia usou uma marreta para arrombar a porta da empresa.
Endereços ligados à família de Magro também foram alvos de busca e apreensão. O empresário não está no Brasil.
A Refinaria de Manguinhos entrou no radar das autoridades após a deflagração da Operação Carbono Oculto, em agosto deste ano.
As autoridades investigam se o combustível da Refit abasteceria redes de postos de gasolina controladas pelo PCC. Em outubro, a Receita Federal apreendeu dois navios com carga que ia para Manguinhos.
Ricardo Magro ganhou destaque no noticiário de negócios em 2008, quando comprou a Refinaria de Manguinhos. Em recuperação judicial, ela foi rebatizada de Refit, e já enfrentava processos de cobranças de impostos e investigação do Ministério Público.
O empresário também atuou como advogado do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (Republicanos/RJ) — de quem é amigo.
Não é de hoje que o nome de Magro está relacionado a denúncias de evasão fiscal na gestão da refinaria. Ele também já esteve envolvido em supostas compras de decisões judiciais na Justiça paulista e apareceu na lista dos brasileiros que mantém offshores em paraísos fiscais.
Em 2016, chegou a ser preso por suspeita de lesar o fundo de pensão Postalis. Também foi alvo de investigações da Polícia Federal.
