Novos preços de referência

ANP mitiga aumento de base de cálculo para royalties do petróleo

FPSO Sepetiba em produção no campo de Mero (Foto Acervo SBM)
FPSO Sepetiba em produção no campo de Mero (Foto Acervo SBM)

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou, nesta quinta (24/7), a elevação das bases de cálculo dos preços do pagamento de royalties e participações especiais. A mudança entra em vigor mais cedo que o esperado, porém reduzirá os pagamentos a serem feitos pelas petroleiras, frente a proposta anterior.

Os royalties são pagos com a aplicação de uma alíquota sobre os preços de referência do petróleo, cuja nova fórmula passará a valer a partir de 1º de setembro. Na proposta anterior da ANP, feita no fim de 2023 e descartada, a mudança entraria em vigor após um período de carência e transição de 18 meses.

O aumento, contudo, frustra as expectativas de arrecadação do governo federal, que chegou a estimar ganhos adicionais de R$ 1 bilhão ainda este ano. O valor depende da flutuação dos preços do barril, derivados e câmbio, mas a decisão da ANP mitiga de forma estrutural o aumento da base de cálculo.

O ajuste nos preços de referência está sendo feito no teor de enxofre do óleo combustível produzido por correntes pesadas de petróleo. A ANP vai adotar 50% dos preços do combustível marítimo (bunker) com 0,5% de enxofre (baixo teor) e 50% do derivado com 3,5% do contaminante (alto teor).

A justificativa é que a regulação do mercado marítimo internacional não se aplica aos combustíveis de outros usos (como geração de energia), que permanecem sem um teto de enxofre. Portanto, é preciso ponderar o peso do ganho de valor do bunker no cálculo.

A Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) determinou desde 2020 a redução do teor de enxofre no combustível marítimo e, segundo dados apresentados pela agência na reunião, cerca de 70% do mercado aderiu.

“Em contrapartida, é incontestável que a queda esperada na comercialização do óleo combustível com 3,5% de enxofre não ocorreu de forma a indicar a supressão desse derivado no mercado internacional”, afirmou a relatora Symone Araújo, em razão dos usos não marítimos.

Isso necessariamente mitiga o aumento do preço de referência. Na proposta anterior, seria usado 100% dos preços do bunker de baixo teor, mais caro e que, portanto, levam a um desconto menor nos preços de referência.

Além disso, a agência decidiu isentar pequenos e médios produtores do aumento, mantendo o enxofre o de alto teor no cálculo da produção do valor das correntes de óleo pesadas produzidos por esses agentes – não se aplicará, necessariamente, a toda a produção.

A lista (veja na íntegra) é regulada pela ANP e tem, entre agentes de médio porte, Alvopetro, Carmo Energy, Paraná Xisto, Capixaba Energia, Imetame Energia, Recôncavo Energia SPE e Seacrest.

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