Biocombustíveis

Arthur Lira defende novos subsídios para biocombustíveis

Presidente da Câmara diz que Brasil precisa encontrar alternativas para incentivar produção do combustível

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, discursa durante evento da CNI/Fiesp em Nova York e defende subsídios para biocombustíveis, na cadeia do hidrogênio (Foto: Reprodução Youtube)
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, discursa durante evento da CNI/Fiesp em Nova York (Foto: Reprodução Youtube)

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), defendeu a criação de subsídios para a produção de hidrogênio a partir de biocombustíveis durante evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Nova York nesta segunda-feira (18/9).

“O Brasil já tem um sistema logístico instalado para produzir e distribuir etanol para todo o território nacional. Aprimorando os mecanismos de conversão do combustível em hidrogênio para uso nos veículos automotores, teremos uma vantagem competitiva em relação aos países que não detêm a infraestrutura que já dispomos”, disse Lira.

“Paralelamente aos marcos regulatórios que apreciaremos do âmbito do Poder Legislativo, é imprescindível que sejam criados incentivos às fontes de produção para biocombustíveis.”

O parlamentar afirmou que está discutindo alternativas para incluir os subsídios no orçamento “já estrangulado” com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT/SP), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG).

“As alternativas o Brasil tem, por sua riqueza, diversidade e grandiosidade, de encontrar formas para subsidiar e incentivar essas novas formas de produção de energia limpa.”

“Temos uma oportunidade singular de descarbonizar o transporte de cargas no Brasil, que é dependente do diesel e responsável por quase metade das emissões de dióxido de carbono associadas à matriz energética brasileira. Com os avanços tecnológicos que possibilitam a obtenção do hidrogênio a partir do etanol, uma fonte que eu tenho muito cuidado e o Pacheco também por ela, podemos reduzir drasticamente as nossas emissões e nos beneficiarmos da exportação do combustível para outros países”, disse Lira

Nesta cobertura:

Carbono e eólica offshore

O parlamentar ressaltou os outros dois temas prioritários na “agenda verde” do Congresso este ano: mercado de carbono e eólica offshore.

A regulamentação do mercado de carbono tramita no Senado, com o substitutivo ao PL 412/2022, relatado pela senadora Leila Barros (PDT/DF). A meta é estabelecer, ainda este ano, as bases do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE).

Presidente da Comissão de Meio Ambiente, a senadora trabalha com a perspectiva de fechar um novo texto até a próxima quarta (20/9) e aprovar a proposta antes da COP28, em novembro deste ano, conforme prometido pelo governo.

Lira disse, no entanto, que ainda é necessário debate para a aprovação de uma regulamentação do mercado de carbono que não leve à judicialização.

“Quanto menos judicializado esse tema, melhor. Portanto, quanto mais debate houver, chegaremos a contento com a legislação que se aproxime da ideal para que o Brasil tenha o protagonismo e a responsabilidade de conduzir esse tema. Queremos que as indústrias incorporem a busca por energia limpa nos seus processos produtivos.”

A fala vem após a mobilização do agronegócio para mudar o projeto e ficar de fora das obrigações reguladas na futura política de descarbonização da economia.

Sobre a eólica offshore, Lira ressaltou que o projeto de lei 576/2021, que trata do marco legal da atividade, está em discussão avançada e defendeu que a regulamentação “será um importante veículo de segurança jurídica e poderá orientar e catalisar investimentos no setor”.