Regulação do gás

MME espera abrir debate sobre pacto por harmonização regulatória no gás até novembro

Tomada pública de contribuições vai preparar o terreno para o Pacto Nacional para o Desenvolvimento do Mercado de Gás Natural

Minas e Energia espera iniciar debate sobre pacto por harmonização regulatória no gás natural até novembro de 2024. Na imagem: Diretor do Departamento de Gás Natural do MME, Marcello Weydt, diz que Pacto pela Harmonização deve ser colocado em debate este ano (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
Diretor do Departamento de Gás Natural do MME, Marcello Weydt, diz que Pacto pela Harmonização deve ser colocado em debate este ano (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O Ministério de Minas e Energia (MME) espera abrir entre outubro e novembro uma tomada pública de contribuições sobre a harmonização regulatória entre a União e estados no setor de gás natural

Para uma plateia de empresários da indústria, na sede da Firjan, no Rio de Janeiro, o diretor do Departamento de Gás Natural da pasta, Marcello Weidt, disse nesta quinta (5/9) que a ideia é apresentar, na sequência, a minuta do Pacto Nacional para o Desenvolvimento do Mercado de Gás Natural.

Trata-se de um acordo voluntário que formaliza compromissos entre representantes da União e estados pela harmonização das regulações estaduais e federais.

O conceito foi introduzido no Decreto nº 10.712/2021, que regulamentou a Nova Lei do Gás (14.134/2021), e prevê mecanismos que passam:

  • pela formação de redes de conhecimento coordenadas pelo MME;
  • formulação de propostas de padrões, políticas, guias e manuais;
  • e proposição pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de diretrizes (de adesão voluntária) para a regulação estadual dos serviços locais de gás canalizado.

A ideia, com o pacto, é que a regulação não seja um elemento de competição entre os estados – a exemplo da guerra fiscal, historicamente.

E que barreiras para o desenvolvimento do mercado livre sejam derrubadas.

O MME espera, nas próximas semanas, promover reuniões de aproximação com agentes do setor para antecipar demandas.

Harmonização antes da judicialização

A ANP já formalizou o interesse de contestar no Supremo Tribunal Federal (STF), ao menos cinco leis estaduais que, no entender da agência, invadem suas competências.

Além, claro, de ter reafirmado a intenção de judicializar o caso Subida da Serra, o mais emblemático hoje no setor e cujo conflito federativo com a Arsesp sobre a classificação do gasoduto da Comgás é alvo de uma tentativa de conciliação na Suprema Corte.

O Ministério de Minas e Energia, por sua vez, sinaliza querer apostar em esforços de harmonização regulatória antes de uma eventual judicialização. 

Além do Pacto, outra frente do governo federal pró-harmonização são os cursos de capacitação para reguladores das esferas federal e estadual.

Desenvolvido pela Secretaria de Competitividade e Política Regulatória do MDIC, o curso é um esforço pró-harmonização regulatória, fruto do acordo de cooperação técnica com o Movimento Brasil Competitivo (MBC) e execução da FGV, com apoio do Ministério de Minas e Energia.

O fim das restrições à figura do consumidor livre, nas regulações estaduais, é justamente um dos projetos dedicados especificamente ao gás natural pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).