Governo do Amazonas é contra revisão de subsídios para geração distribuída

Revisão de subsídios proposta pela Aneel ameaça programa de expansão de energia solar fotovoltaica do governador Wilson Lima (PSC)

Uso de energia fotovoltaica no Paraná tem projeto inovador em escolas / Foto: Agência Brasil
Uso de energia fotovoltaica no Paraná tem projeto inovador em escolas / Foto: Agência Brasil

Para o governo do Amazonas, a revisão das regras de compensação da geração distribuída, proposta pela Aneel, vai inviabilizar a a expansão da energia solar fotovoltaica no estado. A companhia de desenvolvimento do Amazonas, a Ciama, vai pedir que a agência considere as condições particulares locais, argumentando que o custo para instalação é mais elevado.

Aristóteles Almeida Neto, responsável pela área de energia fotovoltaica da Ciama, afirma que a Aneel precisa considerar “a excepcionalidade do estado do Amazonas, entrecortado por rios, com um custo logístico tão alto, e que necessita atender comunidades isoladas”.

De acordo com o Neto, há uma articulação com outros estados “para que a energia do Sol não seja taxada”.

Muitos opositores à revisão das regras da geração distribuídas têm afirmado que o plano é “taxar o Sol”. A Aneel e os ministérios de Minas e Energia e de Economia vem ressaltando que trata-se de uma redução de subsídios e passar a cobrar dos consumidores que injetam energia na rede encargos e custos dessa infraestrutura.

Aristóteles Neto afirma que a mudança “inviabilizaria o plano de expansão [da energia solar fotovoltaica] que o governo do Amazonas está prevendo”.

Desde o começo do ano, o governo de Wilson Lima (PSC) trabalha para viabilizar a Política Estadual de Incentivo à Geração e Aproveitamento da Energia Solar, instituída com a lei estadual 4.780, de 18 de janeiro de 2019.

A lei propõe a concessão dos incentivos fiscais às empresas e comunidades produtivas interessadas em adquirir equipamentos de geração solar fotovoltaica. Mas as regras de financiamento ainda carecem da edição de um decreto-lei.

[sc name=”adrotate”]

Para Neto, a revisão da resolução (REN 482/2012) “ameaça onerar o custo da energia elétrica distribuída por esses sistemas alternativos em até 57%”. Argumentou também que é injusta com consumidores que investiram em sistemas com recursos próprios.

A proposta do Amazonas de criar subsídios para o setor é apoiada no Convênio Nº 16 de 2015 do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que permite aos estados subsidiar o ICMS no uso da energia fotovoltaica. O estado, que aderiu ao convênio em 2018, ainda não editou um marco legal, que seria a proposta do Decreto Regulamentador ou decreto-lei do setor.

A Ciama aponta que o Amazonas é a quarta região do Brasil mais propícia à geração solar fotovoltaica. O potencial do estado é comparável ao do México e ao oeste dos Estados Unidos da América.

“A potência desses países é de 1.100 a 2.300 kWh/m², enquanto a do Amazonas fica entre 1.700 a 1.900 KWH/m², o que é excelente”, afirmou Neto em reunião do Fórum Permanente de Energia, em agosto.

“O pior cenário potencial no Brasil ainda é melhor do que a da Alemanha, por exemplo, mas lá eles já alcançaram resultados muito melhores que nós”.

[sc name=”newsletter”]