O presidente Jair Bolsonaro afirmou em reunião nesta sexta-feira (29) que pode recriar ministérios após a eleição dos novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. É um esforço para agradar novos aliados e aumentar a base de apoio do governo no Congresso para reduzir a resistência no Congresso à votação de pautas do governo.
Na área de energia, o governo defende a aprovação da Lei do Gás na Câmara. Mas dá sinais trocados acerca da possibilidade de a privatização da Eletrobras entrar na lista de prioridades.
Nesta semana, o presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior, pediu demissão acusando falta de apoio no Congresso e no próprio governo para o projeto de capitalização da empresa. O texto foi apresentado ao Congresso em 2019 mas ainda não viu a comissão especial, necessária para iniciar sua tramitação, ser instalada.
Hoje Bolsonaro disse confiar na eleição dos candidatos governistas na Câmara, Arthur Lira (PP/AL), e no Senado, Rodrigo Pacheco (DEM/MG).
“Pelo o que tudo indica as duas pessoas que nós temos simpatia devem se eleger. Não vamos ter mais uma pauta travada, a gente pode levar muita coisa avante, quem sabe até ressurgir os ministérios”, disse o presidente.
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Ministros exonerados para votar em Lira
O governo federal exonerou nesta sexta (29) seus dois ministros filiados ao DEM, Onyx Lorenzoni (RS) e Tereza Cristina (MS), para votarem na eleição da próxima segunda-feira (1/2). Deputados eleitos pelo partido, eles apoiam a candidatura do governista Arthur Lira (PP/AL) e aumentam a pressão para que o partido abandone a candidatura de Baleia Rossi (MDB/SP).
O esforço do governo sobre o partido enfraquece o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), o grande responsável pela candidatura de Rossi.
Maia tenta segurar o apoio interno da legenda ancorado em três caciques: ACM Neto, presidente nacional da legenda e reconhecida liderança entre os deputados baianos, que já declararam apoio a Lira; Ronaldo Caiado, governador de Goiás, onde a bancada do DEM também declarou apoio a Lira; e Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo. Aliado de João Doria, Garcia é o único dos caciques comprometido com a campanha de Rossi e tenta mobilizar a bancada estadual do partido nesse sentido.
Nas redes sociais, Maia segue afirmando que a candidatura de Rossi é competitiva, apenas das baixas.
Está havendo muita especulação. A única certeza que eu tenho é: @Baleia_Rossi será o próximo presidente da Câmara dos Deputados.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) January 29, 2021
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