Política energética

PDT tenta, mas não consegue desistir de derrubar o Renovabio

Partido apresentou pedido de desistência da ação, mas legislação não permite. Relator abriu prazo para manifestação das partes

Ministro do STF Kassio Nunes Marques manda ação da União sobre Eletrobras com prazo de 90 dias para conciliação. Na imagem: Nunes Marques, ministro do STF (Foto: Fellipe Sampaio/STF)
Nunes Marques, ministro do STF (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

Depois de tentar derrubar a lei do Renovabio (13.576/2017) no Supremo Tribunal Federal (STF), o PDT agora tenta desistir da ação. O pedido (.pdf) foi apresentado na noite desta quarta (24/4), mesmo dia em que o relator, ministro Nunes Marques, assinou um despacho (.pdf) determinando a manifestação das partes interessadas no prazo de dez dias.

A sigla admite que não houve “uma discussão aprofundada sobre o tema nas esferas partidárias”. No entanto, a legislação não permite desistir de uma ADI já registrada.

Na ação, protocolada há pouco mais de 20 dias, no dia 2 de abril, o partido argumentava que o Renovabio era “fruto de articulação entre agentes econômicos do setor sucroenergético e figuras públicas”, e que seu objetivo era oferecer auxílio financeiro ao segmento de biocombustíveis, e não a proteção ambiental.

A sigla tentava derrubar a lei do Renovabio em razão do rito que levou a sua aprovação: um projeto gestado pelo governo federal, mas aprovado pelo Congresso Nacional, sem uma proposta formal do presidente da República.

Sustentava, ainda, que o programa não cumpre o objetivo de contribuir para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa (GEE), ante a falta de adicionalidade dos Créditos de Descarbonização (CBIOs).

No despacho de Nunes Marques não há qualquer menção ao pedido de desistência do partido. Após a apresentação de informações pelas partes interessadas, a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República deverão se manifestar dentro de cinco dias. Depois dessa etapa, o caso já pode ser levado para julgamento do tribunal.

Nunes Marques também é relator da ADI 7596, movida pelo Partido Renovação Democrática (PRD) em fevereiro, também questionando a política de biocombustíveis. A reforma do programa é uma agenda que entra e sai de pauta desde que o RenovaBio entrou em vigor, em 2020.