Subida da Serra

ANP se compromete a não interditar Subida da Serra em nova tentativa de conciliação com SP

Discussões entre ANP e Arsesp em audiências de conciliação no STF ficarão suspensas por 60 dias, para novas negociações

Escultura "A Justiça" diante do edifício sede do Supremo Tribunal Federal, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (Foto Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Escultura "A Justiça" diante do edifício sede do Supremo Tribunal Federal, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (Foto Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) se comprometeu a não tomar medidas restritivas à operação do gasoduto Subida da Serra, da Comgás, até novembro.

As discussões com a Arsesp, o órgão regulador paulista, no Núcleo de Solução Consensual de Conflitos do Supremo Tribunal Federal (Nusol/STF), ficarão suspensas por dois meses – a próxima audiência está marcada para 26 de novembro.

Na prática, foi dado um primeiro prazo para que a ANP e Arsesp cheguem a uma nova proposta de conciliação na disputa federativa pela classificação do Subida da Serra – algo que já foi tentado, no âmbito administrativo da ANP, sem sucesso. 

Na segunda audiência de conciliação, ocorrida nesta quarta (18/9), a Comgás foi liberada, por 60 dias, a operar o ativo no limite do volume contratado com a Edge, comercializadora do mesmo grupo (Compass) e que é dona do Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP) – ou seja, 4,6 milhões de m³/dia.

A Arsesp, por sua vez, deverá informar diariamente à ANP o volume de gás do TRSP que passa pelo gasoduto e enviar, até sexta (20/9), os contratos em vigor.

Como o caso foi parar no STF

Em julho, a diretoria da ANP negou os recursos da Arsesp e da Comgás e decidiu manter o entendimento original da equipe técnica, de 2021, pela classificação do projeto Subida da Serra como um gasoduto de transporte. Encerrou, assim, as negociações sobre um possível acordo sobre o assunto.

Com a tentativa frustrada de uma solução na esfera administrativa, a judicialização da disputa federativa era um caminho natural. Coube a São Paulo iniciar o movimento.

estado de São Paulo e a Arsesp pediram, no Supremo, uma tutela de urgência para que a operação do gasoduto fosse mantida sob regulação estadual até o julgamento final da ação.

Também pediram que a ANP fosse impedida de adotar “quaisquer medidas tendentes a interditar” a operação do ativo, a pretexto de classificá-lo como gasoduto de transporte.

A Arsesp acusa a ANP de buscar “expropriar um ativo do estado de São Paulo, custeado pelos usuários paulistas, sem qualquer fundamento legal”.

O caso está sob a relatoria do ministro Edson Fachin e foi encaminhado para o Nusol.

Do lado federal, a ANP já havia formalizado o interesse de contestar no STF a disputa – além de outras cinco leis estaduais que, no entender da agência, invadem suas competências. Nenhuma ação, contudo, foi levada de fato à Justiça pela União.

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