Os projetos de governo de Eduardo Paes (DEM) e Wilson Witzel (PSC) para infraestrutura e geração de empregos para os próximos quatro anos no Rio de Janeiro passam pelo investimentos da Petrobras. Os dois candidatos vão disputar o segundo turno das eleições para governador no dia 28 de outubro. No primeiro turno, Wilson surpreendeu e contabilizou 41,26% dos votos válidos e Paes, 19,56%.
Os dois candidatos falam na retomada da construção do Comperj como projeto fundamental para a infraestrutura do estado. A Petrobras anunciou em julho que assinou uma carta de intenções com a China National Petroleum Corporation (CNPC) para avaliar a conclusão do Comperj, em Itaboraí, e uma participação da chinesa no projeto do complexo do campo de Marlim, que abrange os campos de Marlim, Voador, Marlim Leste e Marlim Sul, todos na Bacia de Campos.
Quando concluída, a parceria permitirá utilizar o óleo pesado produzido no complexo de Marlim para processamento na Refinaria do Comperj, que conta com infraestrutura adequada para este tipo de petróleo. As obras da refinaria foram interrompidas em 2015 com mais de 80% do projeto pronto. A parceria poderá viabilizar os investimentos necessários para sua retomada e conclusão.
“A crise na Petrobras paralisou as obras do Comperj e impactou todo o setor petrolífero, naval e de construção civil. Este cenário aumentou exponencialmente o desemprego no estado, deixando milhares de famílias em situação vulnerável”, diz o programa de Witzel.
Eduardo Paes prega o diálogo com o governo federal para que a estatal cumpra o planejamento de investimentos programado para o estado. “Estabelecer um diálogo permanente com o Governo Federal e a Petrobras para garantir a execução do plano de investimentos da empresa previstos para o Estado do Rio de Janeiro (US$ 30 bilhões entre 2018 e 2023) que vai garantir a retomada das obras do COMPERJ em Itaboraí, o estabelecimento da infraestrutura para o desenvolvimento do pré-sal, o reinvestimento nos poços maduros da Bacia de Campos e o reaquecimento da indústria naval e do mercado de serviços para indústria de petróleo e gás”, diz o programa do candidato do DEM.
Paes também promete uma ampla auditoria nas obrigações fiscais da Petrobras com o estado nos últimos anos. “ Há espaço para aumentar em cerca de R$ 2 bilhões por ano as receitas fiscais advindas de impostos pagos pela empresa para o estado do Rio”, diz o programa.
Tanto Paes quanto Witzel querem usar recursos do royalties para criar fundos. O primeiro pretende usar parcela dos royalties e participações especiais para amortecer as flutuações do preço do petróleo no mercado internacional e compensar arrecadação e focar projetos de investimento, inovação e pesquisa e desenvolvimento e não em gastos correntes;
Witzel quer criar um fundo para revitalizar a Baía da Guanabara – com, no mínimo, 3% dos recursos vindos dos royalties do petróleo, além de outras fontes. “Precisamos reduzir sensivelmente a dependência do Rio de Janeiro dos royalties do petróleo, que são recursos voláteis e cujo impacto está ligado a fatores externos ao Rio de Janeiro, tais como o câmbio e o preço internacional do produto”, diz o candidato do PSC.