Pesquisa realizada pelo Datafolha na última semana e divulgada neste domingo (10/6) indica que o ex-presidente Lula, preso há dois meses em Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro, continua liderando a corrida eleitoral com 30% das intenções de votos. A pesquisa ouviu 2.824 eleitores de 174 municípios na quarta (6) e na quinta (7).
Na última sexta-feira (8/6), Lula lançou um documento batizado como Manifesto de Lula ao Povo Brasileiro, onde se reafirma como candidato à presidência e diz que a Petrobras voltará a exercer papel estratégico no desenvolvimento do país. “A Petrobras não foi criada para gerar ganhos para os especuladores de Wall Street, em Nova Iorque, mas para garantir a autossuficiência de petróleo no Brasil, a preços compatíveis com a economia popular. A Petrobras tem de voltar a ser brasileira. Podem estar certos que nós vamos acabar com essa história de vender seus ativos. Ela não será mais refém das multinacionais do petróleo”, afirma o documento.
Sem a presença de Lula na corrida eleitoral, o que é o mais provável de acontecer pois o ex-presidente deve ser impedido pelo TSE de concorrer, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) continua liderando a disputa com 19% das intenções de votos. Esta é a primeira pesquisa após a greve dos caminhoneiros, que teve apoio de Bolsonaro nas redes sociais.
Em empate técnico com Bolsonaro, com até 15% das intenções de voto, a ex-senadora Marina Silva (Rede), seguida por Ciro Gomes (PDT), que oscila entre 10% e 11%, e Geraldo Alckmin (PSDB), que aparece com 7%.
O ex-ministro da Fazenda de Michel Temer, Henrique Meirelles (MDB) tem apenas 1% das intenções de votos. Temer conta atualmente com a maior rejeição já registrada por presidentes recentemente. De acordo com a pesquisa Datafolha, 82% dos entrevistados classificam seu governo como ruim ou péssimo.
Cada um dos pré-candidatos para a corrida eleitoral de outubro têm um projeto diferente para o setor de energia no país. Abaixo, um pequeno overview das propostas até agora já anunciadas pelos quatro primeiros presidenciáveis na pesquisa Datafolha. Todos, contudo, se alinham na mudança da política de preços da Petrobras, que acabou causando a demissão do ex-presidente da estatal, Pedro Parente.
Abaixo, um overview das propostas para energia:
Lula
Podem estar certos que nós vamos acabar com essa história de vender seus ativos. Ela não será mais refém das multinacionais do petróleo. Voltará a exercer papel estratégico no desenvolvimento, inclusive no direcionamento dos recursos do pré-sal para a educação.
— Lula pelo Brasil (@LulapeloBrasil) 9 de junho de 2018
. Manutenção da Petrobras e Eletrobras como estatais
. Retorno da operação única da Petrobras no pré-sal
. Fim do programa de desinvestimentos da Petrobras
. Retorno da política de conteúdo local
Jair Bolsonaro
Bolsonaro: Petrobras e diminuição de impostos. https://t.co/tjM1AqUvEo
— Jair Bolsonaro (@jairbolsonaro) 13 de janeiro de 2018
. Privatização da Petrobras com golden share
. Mudança na política de preços da Petrobras
. Revogação de multa, confisco ou prisão imposta aos caminhoneiros por Temer/Jungmann
Marina Silva
O ex-presidente da Petrobras pediu demissão, apesar de ter feito uma gestão bem avaliada pelo mercado, mas faltou sensibilidade ao repassar o aumento do preço do combustível direto ao consumidor, neste momento difícil da vida dos brasileiros.
— Marina Silva (@MarinaSilva) 1 de junho de 2018
. Manutenção da Petrobras e Eletrobras como estatais
. Mudança na política de preços da Petrobras
. Investimentos em biocombustíveis, como o biodiesel, para redução da dependência dos combustíveis fósseis
Ciro Gomes
#Petrobras: não basta apenas demitir o Pedro Parente. Tem que mudar a política de preços. #PedroParente pic.twitter.com/ZsLoW4Ku7n
— Ciro Gomes (@cirogomes) 1 de junho de 2018
. Expropriação dos contratos de áreas de partilha da produção licitados no governo Temer.
. Manutenção da Petrobras como estatal
. Mudança na política de preços da Petrobras
. Manutenção da Eletrobras como empresa estatal
Geraldo Alckmin
Com a saída de Pedro Parente, o importante nesse momento é não desperdiçar o trabalho de recuperação da Petrobras. Precisamos definir uma política de preços de combustíveis que, preservando a empresa, proteja os consumidores.
— Geraldo Alckmin (@geraldoalckmin) 1 de junho de 2018
. Política de preços para a Petrobras que proteja os consumidores
. Incluir tecnólogos nos quadros da Petrobras
. Manutenção da Petrobras como estatal