Jair Bolsonaro lidera todos os cenários sem o ex-presidente Lula. Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Líder em pesquisas de intenção de votos nos cenários sem a presença do ex-presidente Lula, Jair Bolsonaro (PSL) teve hoje a segunda negativa de um partido em sua tentativa conseguir um candidato a vice-presidente em sua chapa. Depois do PR do senador Magno Malta (ES), foi a vez de o PRP dizer não a uma coligação com Bolsonaro.
Parlamentar focado na área de segurança, em seus sete mandatos consecutivos como deputado Bolsonaro mantém uma postura ambígua sobre o setor de energia. Na votação do Repetro, no final de 2017, o ex-militar votou contra e a favor criação do regime fiscal especial.
Bolsonaro foi contrário ao texto na primeira votação na Câmara. Seu partido na época, o PSC, que possuía bancada com 10 deputados, teve 70% dos votos favoráveis ao projeto do governo. Apenas Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro (PSC/SP), e o deputado Irmão Lazaro (PSC/BA) votaram contra o projeto. Todos os três são deputados de estados produtores.
Já na segunda passagem do texto pela Câmara, o postulante ao Planalto foi a favor do Repetro. A única alteração substancial no texto foi a validade do regime fiscal, que caiu de 2040 para 2022 com uma emenda do senador Romero Jucá (MDB/RR). Parlamentar do Rio, Bolsonaro foi favorável à redução do prazo, negado pelo plenário da Câmara.
Em seus 28 anos como deputado federal, Bolsonaro também já votou contra e a favor do monopólio da Petrobras. Em 1995, o parlamentar, que era opositor de propostas de privatização, foi contrário ao fim do monopólio na exploração de petróleo e se opôs também à Lei do Petróleo de 1997, que permitiu pesquisas no setor feitas por empresas estrangeiras. Já em 2016, Bolsonaro votou a favor do PL 4567/16, que pôs fim à exclusividade da Petrobras na exploração do pré-sal e permitiu que companhias de outros países atuassem na região.
Em junho último, o pré-candidato à presidência votou favoravelmente ao PL do deputado José Carlos Aleluia (DEM/BA), que libera a Petrobras para vender até 70% das áreas cedidas onerosamente na Bacia de Santos e também no projeto que libera a venda das distribuidoras da Eletrobras.
Sem representação no Congresso, o PRP não agregaria tempo de rádio e TV à candidatura do ex-militar. E enquanto as convenções partidárias se aproximam, Bolsonaro fica cada vez mais distante da construção de uma coligação. Seu partido, o PSL, tem oito deputados e nenhum senador, o que lhe garante exíguos 8 segundos do tempo do rádio e TV em um bloco de 12 minutos e 30 segundos.
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