Bolsonaro: não temos recursos para explorar o pré-sal

Arrebentaram com a Petrobras e daqui a 20, 25, 30 anos a energia vai ser outra, diz o candidato do PSL

Deputado Jair Bolsonaro em sessão na Câmara
Deputado Jair Bolsonaro em sessão na Câmara

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou na noite desta terça-feira (9/10) que o Brasil não tem recursos para explorar o pré-sal. “Nós não temos recursos para explorar o pré-sal. Arrebentaram com a Petrobras e daqui a 20, 25, 30 anos a energia vai ser outra”, disse em entrevista ao jornalista Rodolfo Schneider, do Jornal da Band, falando sobre a possibilidade de privatizações.

A fala do candidato pode ser um indicativo de que seu possível governo pretende manter a estratégia adotada pelo governo Michel Temer de realizar leilões do pré-sal após a aprovação do projeto de lei do senador José Serra (PSDB/SP) que retirou a obrigatoriedade de a Petrobras ser operadora de todas as áreas na região. O governo Temer realizou quatro leilões de pré-sal desde outubro do ano passando, colocando novas 13 áreas exploratórias em contratos de partilha de produção no país.

Bolsonaro disputa o segundo turno das eleições no próximo dia 28 com Fernando Haddad (PT), que defende a paralisação dos leilões do petróleo do pré-sal. Na última semana, durante debate promovido pela Rede Globo, Haddad criticou a mudança nas regras para leilões de áreas do pré-sal  e afirmou que, se for eleito, isso vai ser revisto no primeiro dia de seu governo. “Eu vou retomar o petróleo da Petrobras para investir em saúde e educação… você aprovou uma lei para alienar aos americanos o que é dos brasileiros”, disse ele em resposta ao candidato do Podemos à Presidência, Alvaro Dias, durante o debate.

O candidato do PSL defendeu que partes da Petrobras podem ser privatizadas, como o segmento de refino. “O refino, no meu entender, você pode privatizar. Mesmo privatizando algumas coisas, tem que ver o modelo”, disse. A Petrobras tenta atualmente vender o controle de quatro refinarias, duas no Nordeste e outras duas no Sul, mas paralisou a venda por conta de decisão cautelar do ministro Ricardo Lewandowski que indica que a venda de empresas públicas ou de capital mista precisa ser aprovada pelo Legislativo.

Bolsonaro defendeu também a redução da carga tributária para os combustíveis no Brasil. “Você não pode ter uma política predatória nos preços dos combustíveis para salvar a Petrobras e matar a economia brasileira. Qualquer coisa no combustível reflete na mercadoria que tá na ponta da prateleira. Ninguém quer a Petrobras com prejuízo. Mas também não pode ser uma empresa que usa do monopólio para tirar o lucro que bem entende. Faltam dados para uma melhor analise sobre isso.”, disse.

O candidato do PSL afirmou que pretende manter a Eletrobras como empresa pública. Disse que não é possível deixar a geração de energia do país nas mãos de terceiros, mas admitiu privatizações no segmento de distribuição. “Energia elétrica não vamos mexer. Eu converso com Paulo Guedes e pergunto: o que dá errado lá? É indicação política, que leva a ineficiência e a corrupção”, comentou.

O candidato do PSL diz ainda que pretende fundir os ministérios do Meio Ambiente e Agricultura para acabar com as brigas entre as duas pastas. “Nós não podemos esse ativismo xiita ambiental no Brasil”, comentou.

Bolsonaro afirmou que tem apalavrado 350 parlamentares fechados para sua base de apoio e confirmou que Onyx  Lorenzoni será o ministro-chefe da Casa Civil de seu possível governo. “No que depender de mim sim”, diz.