Proteção dos dutos

Transpetro investe R$ 100 mi para combater furtos em dutos, enquanto projetos de lei sobre tema estão parados

No primeiro semestre de 2025 malha de dutos da empresa teve 17 derivações clandestinas

Dutos para transporte de combustíveis em instalações da Saudi Aramco, na Arábia Saudita (Foto Divulgação)
Instalações da Saudi Aramco, na Arábia Saudita (Foto Divulgação)

BELO HORIZONTE — Enquanto três propostas sobre furtos em dutos estão paradas no Congresso Nacional, a Transpetro investe cerca de R$ 100 milhões por ano em sistemas de detecção avançada e monitoramento para evitar essas ocorrências.

Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (14/8), o investimento levou à redução de 90% dos furtos de combustíveis nos últimos cinco anos.

Em 2020, a companhia registrou 201 ocorrências, número que caiu para 25 no ano passado. Este ano, até junho, a empresa teve 17 derivações clandestinas na malha.

Por outro lado, o Congresso Nacional tem três projetos de lei parados. Em julho, a Câmara dos Deputados pautou no plenário o PL 1482/2019, que trata da tipificação do furto em dutos.

A matéria, cujo relator é Ricardo Abrão (União/RJ), ainda não foi votada e deve voltar à Comissão de Minas e Energia para ser apreciada. À ela está apensado o PL 131/2021.

O PL 8455/2017 também trata do furto e roubo nas instalações de armazenamento e dutos de movimentação, além da tipificação dos crimes de receptação de combustíveis.

A matéria foi aprovada pelo Senado em 2017 e aguarda para ser pautada no plenário da Câmara dos Deputados há cinco anos.

Já no Senado, o PL 828/2022, que aumenta as penas para furto e receptação de petróleo e derivados, aguarda designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania desde abril de 2024.

Incêndios e prejuízo ao abastecimento

Os furtos em dutos consistem em intervenções nessas estruturas ou em áreas de válvulas. Essas derivações clandestinas podem ocasionar problemas como vazamentos, explosões e risco ao meio ambiente, além de impacto econômico e financeiro.

Foram delitos desse tipo que causaram um incêndio no Oleoduto São Sebastião-Guararema (SP) em 2018, após furto de nafta. Naquele mesmo ano, o roubo de querosene de aviação (QAV) também levou a desabastecimento no Aeroporto de Guarulhos (SP).

Em 2019, a utilização de mangueira de incêndio para um desvio de gasolina causou um incêndio no Oleoduto Rio-Belo Horizonte.

Além de medidas preventivas, a subsidiária da Petrobras realiza ações de relacionamento comunitário e responsabilidade social nas comunidades vizinhas às faixas de dutos em parceria com órgãos de segurança pública. No ano passado, a companhia investiu R$ 6 milhões nessas iniciativas.

“Ainda somos vítimas de criminosos que tentam furtar combustíveis nos dutos e colocam em risco a vida das pessoas e o meio ambiente. Por isso, monitoramos nossos dutos 24 horas por dia com tecnologia de ponta, detectando qualquer atividade suspeita e agindo rapidamente para evitar danos”, disse, em nota, o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci.

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