O saldo dos leilões do pré-sal

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Felipe Maciel, Guilherme Serodio e Larissa Fafá
Editada por Gustavo Gaudarde
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A semana dos leilões de pré-sal termina com mais de R$ 75 bilhões arrecadados, a contratação dos volumes excedentes de Búzios e Itapu, que podem superar os 10 bilhões de barris, e da exploração de Aram, com potencial para ser um dos maiores campos do país.

— Mesmo assim deixou um monte de gente se questionando o que deu errado. Foram áreas contratadas majoritariamente pela Petrobras, que usou a Lei de Partilha para garantir 30% de três blocos da 6ª rodada, e apresentar proposta somente para Aram, único arrematado, dos cinco ofertados.

“Quer que isso quer dizer? Que nós sabemos nos apropriar dos nossos recursos ou que nós não entendemos até agora a principal mensagem que é o seguinte: vocês são muito complicados, muito difícil investir aí”, afirmou o ministro Paulo Guedes, sobre o desinteresse de empresas privadas e internacionais.

Em epbr: Guedes critica regime de partilha

Para o governo, a Petrobras inibiu a concorrência na 6ª rodada, o que estava previsto. O espanto maior, contudo, foi ela não ter contratado as áreas em que manifestou a preferência.

“Estou surpreso (…) o que precisa agora é uma reflexão nossa sobre quais razões levaram a Petrobras a não ter exercido o direito de preferência”, afirmou o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, que completou:

— “A Petrobras é uma empresa, que responde para o seu Conselho de Administração. Quem está preocupado com o sucesso dos leilões somos nós.”

Mais: Governo avalia que Petrobras inibiu a concorrência

Para o senador José Serra (PSDB/SP), autor do projeto que acaba com a preferência da Petrobras, a empresa blefou. Em 2016, partiu de Serra o projeto que substitui a operação única pela preferência. Três anos depois, o senador conclui que o pré-sal é um sucesso por si só e a Petrobras atrapalha a atração de investimentos.

Leia aqui: José Serra chama de blefe atuação da Petrobras na 6ª rodada do pré-sal

Na imprensa, fala-se em “fracasso”, frustração” e em críticas ao modelo de contratação – preferência da Petrobras e o polígono do pré-sal, que obriga o governo a ofertar áreas apenas pelo regime de partilha naquela região.

Na Folha, Ausência da Petrobras em lances de leilão irrita governo Bolsonarono Estadão, Governo avalia mudar regras para o pré-sal após novo leilão sem disputa, no Valor, Petrobras, de novo, salva leilão do pré-sal.

— Na prática, a mudança na partilha, que depende do Congresso, ganha um novo fôlego para 2020. O que tem tudo a ver com a vontade do governo Bolsonaro, que apoio a revisão das regras.

Mercado offshore | Para o mercado, Aram entra no planejamento para 2020, quando devem ser realizados os primeiros levantamentos sísmicos no bloco de 1,35 mil km² — é maior que a cidade do Rio de Janeiro.

— Aram tem 29 bilhões de barris de óleo e gás natural in situ, considerando a estimativa provável (P50). Se confirmada, é uma reserva maior do que do campo de Lula, o maior produtor brasileiro atualmente.

E fica logo atrás de Búzios, onde a Petrobras contratou 90% dos excedentes e vai instalar a quinta unidade de produção no 2º semestre de 2022. Vai demandar poços de produção e injeção para a unidade — até o fim de setembro, apenas um havia sido perfurado. É o FPSO Almirante Barroso, da Modec.

— Depois, se mantido o planejamento, contrata mais quatro unidades para Búzios, totalizando nove FPSOs.

Mesmo sem os volumes excedentes contratados, Atapu e Sépia estão no planejamento da companhia, para desenvolvimento das reservas do contrato original da cessão, de 2010.

— Ano que vem, está planejada a entrada da P-70, FPSO Atapu 1, com 150 mil barris/dia de capacidade. E para 2024, um FPSO em Itapu, com 120 mil barris/dia, que ainda precisa ser contratado.

Combustíveis | Deputados da Comissão de Minas e Energia (CME) devem se reunir com representantes da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do Ministério da Economia na próxima terça (11) para discutir uma forma de viabilizar a venda direta de etanol dos produtores para os postos, mas levando em consideração a questão da tributação do combustível, o que pode gerar um novo projeto de lei para o tema. epbr

Mercado de gás | A Petrobras informou a venda da sua participação acionária na Liquigás Distribuidora S.A para o grupo formado pela Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás Butano. A oferta do consórcio de R$ 3,7 bilhões foi a melhor feita pela participação na distribuidora. epbr

Brent | Futuros fecharam em alta de 0,89%, cotados a US$ 62,29 por barril. Nesta sexta (8), preços variam entre US$ 62,25 e US$ 61,12 até o momento.

Expectativa é para os efeitos da materialização de um acordo entre EUA e China. Porta voz do Ministério do Comércio da China afirmou ontem que os termos provisórios podem incluir a suspensão de tarifas impostas pelos EUA. Reuters

— “Ambos os lados concordaram em cancelar tarifas adicionais em diferentes fases, já que os dois fizeram progresso em suas negociações”, afirmou. Um acordo pode ser assinado este mês.

— Contudo, essas negociações já deram sinais falsos de avanço no passado. E Donald Trump, que enfrenta um processo de impeachment nos EUA, também já mostrou que não está disposto a assistir passivamente uma escalada de preços do petróleo, que impacta o consumidor americano.

A analista de mercado e Oriente Médio, Ellen Wald, alertou essa semana sobre as especulações em torno da próxima reunião da OPEP +, grupo que inclui os países do cartel e a Rússia. Cuidado com Rumores: Mais Cortes de Produção da Opep são Pouco Prováveis

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