Rio Grande do Norte: PT e PDT lideram disputa na oposição a governador

Sem experiência no Executivo, senadora Fátima Bezerra (PT) lidera as pesquisas há um mês com base na rejeição ao governo de Robson Faria (PSD)/ Foto: PT no Senado
Sem experiência no Executivo, senadora Fátima Bezerra (PT) lidera as pesquisas há um mês com base na rejeição ao governo de Robson Faria (PSD)/ Foto: PT no Senado

Sem experiência no Executivo, senadora Fátima Bezerra (PT) lidera as pesquisas há um mês com base na rejeição ao governo de Robinson Faria (PSD)/ Foto: PT no Senado

Em um cenário que lembra a disputa nacional entre o Partido dos Trabalhadores e o candidato trabalhista, Ciro Gomes, o Rio Grande do Norte vê uma disputa estadual onde PT e PDT brigam pelo governo na esteira do espaço que deve ser deixado pelo atual governador Robinson Faria (PSD), que concorre à reeleição com poucas chances. A aposta do PT no estado é a senadora Fátima Bezerra, que figura na liderança nas mais recentes pesquisas de intenção de voto. Em segundo lugar está o ex-prefeito de Natal por quatro mandatos, Carlos Eduardo Alves (PDT), que se desincompatibilizou do cargo em abril para concorrer ao governo.
Fátima aparece com 26,1% a 31% dos votos nas sondagens feitas pelo instituto Consul, instituto Certus e pelo Ibope e divulgadas entre 29 de junho e 25 de julho, enquanto Carlos Eduardo tem figura em 15% e 20% da preferência dos eleitores.
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Em terceiro nas pesquisas, atual governador tem três denúncias por corrupção e figura na Lava Jato
Investigado pela polícia federal por lavagem de dinheiro, peculato, organização criminosa e usura, o governador Robinson Faria (PSD) não desistiu de concorrer. Atualmente ocupa o terceiro lugar nas pesquisas, ficando entre 6% e 10% da preferência dos eleitores nas últimas pesquisas do Consul, Certus e Ibope divulgadas entre 29 de junho e 25 de julho.
Robinson é investigado em um inquérito autorizado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e foi alvo de duas operações da PF em 2017 em investigações que apuravam desvios de recursos na Assembleia Legislativa do RN quando ele era o presidente da Casa, posição que ocupou entre 2003 e 2010.
O governador também aparece em delações premiadas de um ex-executivo da JBS, que o acusa de receber R$ 10 milhões ao lado do filho, deputado federal Fábio Faria (PSD) para privatizar a companhia estadual de águas e esgoto (CAERN); e de cinco ex-executivos da Odebrecht que o acusaram de R$ 350 mil na eleição de 2010 ao lato também do filho e de aliados. O grupo teria sido atendido pelo setor de propinas da Odebrecht. A contrapartida seria facilitar parcerias da Odebrecht Ambiental também na área de saneamento do estado. A denúncia oriunda dos funcionários da Odebrecht tornou-se um inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em abril de 2017.
Mesmo com a extensa ficha de acusações, o governador recebeu o apoio de 11 legendas, entre elas o PSDB, do presidenciável Geraldo Alckmin, atingindo a maior base de partidos entre os candidatos. Os tucanos chegaram a cogitar a candidatura do ex-governador Geraldo Melo, mas voltaram atrás interessados em abrir espaço no estado para apoiadores de Alckmin.
PSB seguirá aliado do Solidariedade, enquanto o PDT conseguiu se aproximar do centro e terá MDB e DEM na sua base
No estado, o PSB estará na base de apoio do candidato do Solidariedade, Brenno Queiroga, ex-prefeito do pequeno município de Olho d’Água do Borges. Queiroga formou uma aliança com cinco legendas para a disputa. A estratégia do PSB no estado reflete a negociação nacional do partido com o PT. Os socialistas dessa forma ficam longe do nome de Carlos Eduardo, que integrou o partido antes de vencer a eleição para prefeito da capital, Natal, em 2012 pelo PDT.
Já Carlos Eduardo tem o apoio de quatro legendas, entre elas o DEM, dominado no estado pelo ex-presidente nacional da legenda, José Agripino Maia, e o MDB, do seu primo, ex-governador e ex-ministro do governo Dilma, Garibaldi Alves Filho. A senadora Fátima Bezerra é quem tem a menor coligação entre os principais candidatos. Apenas o fiel PC do B e o PHS apoiam seu nome. Com um tempo de TV reduzido, a senadora pode perder espaço na preferência do eleitorado quando a propaganda eleitoral começar, em 31 de agosto.
Correndo por fora estão partidos nanicos. O PSol virá com o professor universitário Carlos Alberto; o PRTB terá Heró Bezerra como candidato, enquanto o Rede virá com Freitas Júnior e o PSTU, com Dário Barbosa.