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HSBC promete restringir capital para petróleo, não para transição

Banco deixa de financiar produção e infraestrutura para novos campos de óleo e gás, como parte de seu plano net zero

HSBC promete restringir capital para petróleo, não para transição. Na imagem: Cavalo-de-pau, bomba mecânica para extração onshore de petróleo (Foto: Pixabay)
Com a crise energética imposta pela guerra na Ucrânia, o HSBC continuará a financiar a produção existente, para garantir a oferta de óleo e gás (Foto: Pixabay)

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Você vai ver aqui: alvo de investidores, HSBC atualiza política climática: sem empréstimo para óleo novo, mas continuará trabalhando com empresas com metas de transição. Mais: mudança na Lei das Estatais no Senado; STF aprova acordo do ICMS dos combustíveis.

O HSBC, maior banco europeu, anunciou nessa quarta (14/12) que vai deixar de atuar no financiamento da produção e da instalação de infraestrutura para novos campos de petróleo e gás, como parte de seus esforços de descarbonização.

— O banco vinha sofrendo críticas por financiar projetos do setor de óleo e gás após anunciar, em 2020, metas de “net zero” e de investir até US$ 1 trilhão em energias limpas. BBC

No detalhe, o comunicado faz dois destaques: diante da crise energética imposta pela guerra na Europa, o HSBC continuará a financiar a produção existente, para garantir que não haja ruptura da oferta de óleo e gás.

— “Portanto, continuaremos a financiar [projetos existentes] para manter o fornecimento de petróleo e gás, de acordo com a demanda global atual e futura (…), enquanto aceleramos nossas atividades para apoiar a implementação de energia limpa”.

E continuará também atuando com o setor de energia em nível corporativo – tanto com financiamento, como com serviços de consultoria – “em que os planos de transição dos clientes são consistentes com nossas metas para 2030 e compromisso net-zero até 2050”, diz o banco.

Carvão. Metas objetivas foram atualizadas para geração de energia a carvão. Nesse caso, o compromisso é reduzir em 70% as emissões absolutas e a energia gerada no portfólio de investimento do banco. A política também “proíbe o financiamento de novas minas metalúrgicas de carvão”.

Não é o primeiro banco a anunciar ação desse tipo. Em outubro, o Lloyds Bank, do Reino Unido, também anunciou restrições ao financiamento de projetos de óleo e gás. Reuters

— A decisão do HSBC repercutiu nos EUA. Lá, grupos ambientalistas, como o Sierra Club, cobraram de Citi, JP Morgan Chase, Wells Fargo, Bank of America e outras instituições financeiras que também cortem drasticamente financiamentos a projetos de combustíveis fósseis.

— De acordo com uma pesquisa da S&P Global Market Intelligence, as metas de descarbonização dos bancos carecem de padronização e transparência, levantando questões sobre sua credibilidade entre ativistas climáticos e investidores.

Em 2021, os principais bancos do mundo forneceram US$ 742 bilhões em financiamento para a indústria de combustíveis fósseis – em linha com os valores financiados em 2020. Reuters

Com investidores mais avessos aos combustíveis fósseis, as petroleiras, por sua vez, aproveitam o momento favorável de geração de caixa para aumentar a remuneração aos acionistas. Valor

  • Opinião O preço do petróleo e suas narrativas Mercados têm diferentes referências para preços internos de combustíveis e, com a guerra, EUA e Europa impuseram um novo: o teto sobre o óleo da Rússia. “E o Brasil?”, questiona John Forman

O Brent operava em alta de 0,24%, cotado a US$ 82,50 o barril, na manhã desta quinta (15/12). Ontem, fechou em alta de 2,50%, a US$ 82,70 o barril, com a Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês) apontando um aumento nas previsões de demanda para a commodity para 2022 e 2023 [Estadão], por conta de uma boa resposta do continente europeu em relação à crise energética e a resiliência econômica dos países asiáticos. Valor

Crise energética deve piorar com reabertura da China O fim da política covid zero no país deve aumentar a demanda por gás natural do maior importador mundial – a estatal chinesa CNOOC pretende assegurar mais embarques de GNL para 2023. Com isso, deve haver queda de fornecimento para a Europa e outras nações asiáticas. Bloomberg

Térmicas flexíveis Coordenador do grupo de trabalho de Minas e Energia na equipe de transição, Maurício Tolmasquim afirmou nessa quarta (14/12) que o gás natural pode cumprir um papel importante na geração de energia no Brasil, desde que num modelo de despacho flexível.

— Contrário à obrigação de contratar as térmicas a gás previstas na lei de privatização da Eletrobras, o governo eleito quer cancelar ao menos os projetos já ofertados, mas não contratados.

Lei das Estatais O Senado pode votar nesta quinta (15/12) o projeto de lei que reduz, de 36 meses para 30 dias, a quarentena para nomes que tenham ocupado a estrutura decisória de partido ou participado de campanhas eleitorais assumirem cargos nas estatais e agências.

— A mudança, aprovada em votação relâmpago na Câmara na terça (13/12), é criticada por ser encomendada para facilitar a ida de Aloizio Mercadante para o BNDES e de Jean Paul Prates para a Petrobras. Mas passou na Câmara com apoio da base de Bolsonaro – interessada também em cargos nos estados.

— Em relação à Petrobras, especialistas ouvidos pela Reuters dizem que o estatuto da empresa contém regras que protegem a governança da empresa, mesmo que a lei seja modificada.

STF forma maioria para validar acordo sobre ICMS Todos os ministros do STF votaram a favor do acordo para conciliar a disputa entre estados e União sobre a reforma do ICMS da energia e dos combustíveis.

— Pelo acordo, os estados se comprometeram a celebrar convênio para implementar a monofasia do ICMS sobre combustíveis até 31 de dezembro. A exceção é a gasolina, que será discutida posteriormente. Alteração nas leis dependerá do Congresso Nacional.

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