NESTA EDIÇÃO. Lula e Trump conversam sobre combate ao crime organizado internacional, em meio a operações no mercado de combustíveis brasileiro.
MPF pede anulação de licença da Petrobras no pré-sal.
Câmara dos Deputados aprova licença ambiental especial.
BP desiste de centro de hidrogênio na Inglaterra.
Depois de operações no setor de combustíveis, combate ao crime entra nas conversas entre Lula e Trump
O presidente Lula (PT) conversou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça (2/12) a respeito da colaboração entre os dois países no combate ao crime organizado internacional, em meio aos avanços nesse tema no mercado de combustíveis brasileiro.
- Segundo nota do Planalto, Lula mencionou as recentes operações realizadas no Brasil pelo governo federal contra o crime organizado. Trump mostrou disposição em trabalhar junto com o governo brasileiro nesse assunto.
- Além disso, também falaram sobre as tarifas remanescentes dos EUA contra produtos brasileiros.
- Os dois presidentes concordaram em voltar a conversar “em breve”.
Nos últimos meses, uma série de operações dos governos federal e estaduais mirou os crimes no mercado de combustíveis, como a Carbono Oculto e a Cadeia de Carbono.
- A primeira, em agosto, é considerada a maior ofensiva do país até hoje contra a infiltração do crime organizado na economia formal, com atuação na importação, adulteração de produtos, sonegação de impostos e ligações com o mercado financeiro.
- Na semana passada, uma ação do governo de São Paulo, Ministério Público de São Paulo (MPSP) e Receita Federal contra fraude fiscal estruturada e lavagem de dinheiro teve como alvo o Grupo Refit.
O tema vem reverberando também na agenda do Congresso Nacional, com a expectativa de avanço na Câmara dos Deputados do projeto de lei que combate o devedor contumaz.
- O assunto movimentou os bastidores da política e da economia em Brasília na terça (2).
- O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), recebeu o relator do projeto na Câmara, o deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL/SP), segundo apuração do eixos pro, serviço de assinatura da agência eixos.
- Haddad defende a preservação do texto aprovado no Senado em setembro, logo após a Carbono Oculto.
- Caso o projeto seja aprovado, a Receita Federal estima uma elevação na arrecadação do governo de R$ 14 bilhões por ano.
Lucro do petróleo para transição. A Petrobras tem que utilizar parte do lucro para financiar a transição energética, defendeu o presidente Lula na terça-feira (2/12), durante a cerimônia de aumento da capacidade de processamento da Rnest, em Pernambuco.
- “A Petrobras, embora seja uma empresa de petróleo, é mais do que isso. Ela é uma empresa de energia e ela tem que utilizar parte do dinheiro que ela ganha para fazer a transição energética”, disse o presidente.
- Durante a agenda em Pernambuco, Lula também disse que o Brasil pode voltar a ser exportador de diesel e gasolina.
Leilão de Bacalhau. A PPSA adiou para o início de 2026 o leilão spot para a venda de petróleo do campo de Bacalhau. O certame estava inicialmente marcado para 10 de dezembro e será a primeira venda do petróleo da União nessa área.
Recorde de produção. A produção de petróleo da Petrobras subiu 26,4% em outubro contra o mesmo mês do ano passado e 2,4% contra setembro deste ano. Ao todo, a extração da estatal atingiu 3,269 milhões de barris de óleo equivalente por dia em outubro, 62% da produção total do país.
Preço do barril. O petróleo caiu na terça (2), com os desdobramentos de um possível acordo de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, diante do encontro do líder russo, Vladimir Putin, com uma delegação norte-americana em Moscou.
- O Brent para fevereiro recuou 1,14% (US$ 0,72), a US$ 62,45 o barril.
Anulação de licença. O Ministério Público Federal protocolou duas ações civis públicas pedindo a anulação da licença ambiental concedida à Petrobras, em setembro deste ano, que autoriza a ampliação das atividades de exploração de óleo e gás na Bacia de Santos, na Etapa 4 do pré-sal. (Agência Brasil)
- Na avaliação do MPF, a autorização foi concedida a partir de um processo administrativo sem transparência e conduzido às pressas pelo Ibama.
Licenciamento especial. A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da Medida Provisória 1308/25, que cria a licença ambiental especial (LAE) para empreendimentos considerados estratégicos pelo governo federal.
- O texto foi discutido em Plenário depois da aprovação do relatório do deputado Zé Vitor (PL/MG), preservando o texto do governo.
Crise nas renováveis. O Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel) acredita que a obrigatoriedade de baterias em projeto de geração distribuída vai transferir para o consumidor final a responsabilidade por problemas estruturais do setor elétrico.
- A entidade contesta as declarações da Abeeólica sobre as causas dos cortes de geração no sistema elétrico e o papel da geração distribuída.
Baixa tensão em 2027. A Aneel aprovou a agenda regulatória para o biênio 2026-2027, com a previsão de aprimoramentos regulatórios relacionados à abertura do mercado de energia para a baixa tensão em 2027. A previsão é para o chamado “Grupo B”, como residências, pequenos comércios e serviços.
Opinião: A Política Nacional de Recursos Hídricos passa a prever de forma explícita a integração entre a gestão hídrica, ambiental e eletroenergética, além de reforçar a promoção do uso múltiplo das águas com prioridade para a segurança hídrica e energética, escreve a presidente da Abrage, Marisete Pereira.
Hidrogênio vs. data center. A BP desistiu dos planos para um centro de hidrogênio no norte da Inglaterra, abrindo caminho para um projeto concorrente de construção de um data center em uma antiga siderúrgica. (Dow Jones/Valor Econômico).
Minerais críticos no Açu. O Porto do Açu está de olho na movimentação de minerais críticos com o aumento da demanda para a transição energética. Segundo o CEO Eugenio Figueiredo, há conversas em curso com empresas, associações e governos de regiões produtoras de minerais que estão na área de influência do porto.
- Importante terminal de movimentação também de petróleo e grãos, o porto também está mirando a aproximação com novos mercados para 2026. Segundo executivos, as tensões geopolíticas têm impactos nas operações.
Janela curta para o CCS. A SLB vê no Brasil um dos maiores potenciais globais para captura e armazenamento de carbono, especialmente quando associado à bioenergia. Mas esse potencial, na avaliação da diretora de negócios Janaina Ruas, está condicionado a uma janela curta e estratégica.
Emissões no transporte. Evoluções tecnológicas, políticas ambientais e expansão da frota estão alterando o perfil das emissões veiculares no Brasil, que passam a ter menos material particulado e mais carbono. Veja os detalhes na newsletter diálogos da transição.

