A Eletrobras foi a principal pauta das reuniões oficiais feitas por Moreira Franco nos primeiros 30 dias de seu comando no Ministério de Minas e Energia. O ministro discutiu a pauta em pelo menos 13 reuniões que envolveram parlamentares e investidores.
Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Político E&P, serviço premium de assinatura da E&P Brasil sobre política energética que une informação, dados e inteligência. O trabalhou utilizou a base de dados pública da agenda do ministro.
Os números mostram também que Moreira Franco privilegiou nos primeiros 30 dias no MME encontro com parlamentares. Se reuniu mais de 30 vezes com deputados federais e outras cinco vezes com senadores, entre eles o ex-ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, que é presidente da Comissão Mista da MP 814, que trata exatamente da Eletrobras.
O deputado mais recebido por Moreira Franco no período foi Hugo Mota (MDB/PA), que é presidente da Comissão Especial que analisa a privatização da Eletrobras. Em seguida aparecem Julio Lopes (PP/RJ) e José Carlos Aleluia (DEM/BA), que também estão envolvidos diretamente no tema, sendo o primeiro relator da MP 814 e o segundo, do PL 9.463/18. Aleluia, aliás, foi o primeiro parlamentar recebido oficialmente pelo ministro.
O MDB, partido de Moreira, foi o mais recebido por ele no MME. Os dados mostram também forte interlocução com o DEM, partido do ex-ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, a quem Moreira sucedeu no MME.
Moreira Franco esteve também com 17 presidentes de empresas no período. A Engie foi a primeira empresa oficialmente recebida por Moreira Franco no MME, em um encontro com Maurício Bahr em 16 de abril, seis dias após a posse do ministro. A Engie possui diversos investimentos no país na área energia e está na disputa pela aquisição da Transportadora Associada de Gás (TAG), que faz parte do programa de Desinvestimentos da Petrobras.
Os números mostram – como era de se esperar – forte ligação entre Moreira Franco e o presidente Michel Temer. São cinco encontros oficial na agenda do ministro. Mas a pauta do presidente da República mostra que Moreira tem acesso quase que diário ao Palácio do Planalto, inclusive nos finais de semana.