Especialistas apostam em compartilhamento de carros elétricos mas pedem incentivos

Em audiência pública na Câmara, representante do Ministério de Ciência e Tecnologia afirmou que desafio à eletrificação da frota é a falta de uma legislação de estímulo

Veículo elétrico em projeto piloto de compartilhamento em Brasília / Foto: Lucio Bernardo Jr/Agencia Brasília
Veículo elétrico em projeto piloto de compartilhamento em Brasília / Foto: Lucio Bernardo Jr/Agencia Brasília

Da Agência Câmara

Especialistas ouvidos em audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (28), avaliam que num futuro próximo, carros elétricos deverão ser compartilhados. O modelo seria semelhante ao atualmente usado para bicicletas e patinetes elétricos, com carros estacionados em pontos específicos que poderão ser liberados por meio de aplicativo de smartphone. Durante a audiência, empresários também pediram isenção de impostos e incentivos para os investimentos em inovação.

Híbridos
Secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia, Paulo Alvim, lembrou a experiência bem sucedida com os veículos flex no Brasil. “Está sinalizando a possibilidade da utilização dos veículos híbridos elétricos mais rapidamente”, afirmou. O desafio, segundo ele, é produzir no País esses veículos e parte de seus componentes. “O segundo desafio é uma legislação de estímulo e incentivo ao uso desses veículos”, completou.

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Segundo o deputado Julio Ribeiro (Republicanos/DF), autor do requerimento para realização do debate, no que depender da Câmara, não vai faltar respaldo política. “A realidade chegou, mas se nós não estivermos fazendo algo para poder fomentar, isso aí pode ficar no tempo”, afirmou.

O presidente da empresa MHV Veículos Híbridos Metropolitanos, Roque Versolato, explica que isso representará menos ruído e menos poluição nos grandes centros urbanos. “O carro elétrico polui 1/10 de um ônibus convencional. Lembrando que 40% da poluição da cidade de São Paulo hoje é causada por ônibus, poderíamos reduzir para 4%”, ressaltou. Versolato também apontou vantagens econômicas: 30% menos gasto com combustível do que um ônibus convencional.

Piloto
No Distrito Federal, um projeto piloto usa carros elétricos compartilhados no serviço público, mas a ideia é expandir essa tecnologia para a população em geral. O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Igor Calvet, disse que a iniciativa pioneira prepara o terreno para essa nova realidade.

“Uma das responsabilidades dos parceiros – e nesse caso especial do governo do Distrito Federal, é a colocação de eletropostos, que são os locais onde os carros são carregados”, explicou. Segundo Calvet, a previsão é de que sejam instalados até 35 eletropostos, que poderão ser utilizados não apenas pela frota de 15 veículos participantes do projeto, mas também por todos os carros elétricos de Brasília.

Os protótipos em experiência no DF têm autonomia de 100 quilômetros, com três horas de carga a um custo de R$ 5, e alcançam uma velocidade de 80 km por hora.

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