A Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara rejeitou o projeto de decreto legislativo (PDC) que na prática excluiria a Eletrobras dos programas de privatização. Em sessão na terça (18), a CME aprovou o relatório contrário ao projeto, da deputada Greyce Elias (Avante/MG), mas a decisão não foi unânime.
Os deputados Rubens Otoni (PT/GO) e Elias Vaz (PSB/GO) votaram à favor do PDC 918/18, declarando que são contrários à privatização da Eletrobras.
O PDC 918/19 foi protocolado pela bancada do PT na Câmara com o objetivo de sustar o decreto da privatização editado por Michel Temer (9351/2018), qualificando a estatal no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e no Programa Nacional de Desestatização (PND), o que autoriza o governo a providenciar estudos para a privatização. O texto também foi enviado à CCJ, sem designação de relator até o momento.
O próprio decreto de Temer prevê que a Eletrobras apenas será privatizada mediante aprovação de um projeto de lei no Congresso. Cita expressamente o PL 9375/2018, também proposto pelo governo Temer.
Semana passada, Greyce Elias alterou seu relatório e passou a ser contrária ao PDC 918/19. A deputada entende que tanto a proposta do PT quanto o decreto do governo não têm valor enquanto o Congresso não autorizar a venda da estatal.
O assunto poderia ter sido votado na semana passada, mas foi retirado por pedido do deputado Rubens Otoni (PT/GO).
Ao Político, serviço exclusivo para assinantes da epbr, Greyce Elias já havia afirmado que é favorável à venda da Eletrobras, desde que o tema seja apreciado e aprovado pelos parlamentares. Um projeto de lei (PL 9463/2018) com esse objetivo tramita na Câmara desde 2018, por iniciativa do então governo de Michel Temer.
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Inicialmente, por entender que o decreto regulamentava uma lei inexistente, Greyce Elias (Avante/MG) foi favorável ao projeto de decreto legislativo (PDC) 918/2018, assinado por deputados do PT com o intuito de revogar a determinação do governo.
Semana passada, a deputada apresentou novo relatório pela rejeição do PDC 918/2018. “Não há eficácia normativa concreta oriunda da norma impugnada [decreto de Temer] que autorize a desestatização da Eletrobras, a ser sustada. Portanto, não estão presentes os requisitos necessários à aprovação de decreto legislativo [PDC da bancada petista]”, afirma a Greyce Elias no novo relatório.
Mesmo entendendo que o decreto da privatização da Eletrobras é ineficaz, a mudança no voto da relatora atende aos interesses do governo. Fontes do Ministério de Minas e Energia (MME) confirmaram que a pasta procurou a deputada para tentar convencê-la a apresentar um parecer contrário ao PDC.
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