Combustíveis e Bioenergia

Consumidores vão propor fim da CDE em 2023

Proposta é transferir o valor da conta, de forma gradativa, para o orçamento público, retirando os custos da tarifa

Consumidores vão propor fim da CDE em 2023. Na imagem: Foto parcial de uma conta de energia (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Extinção da CDE pode provocar uma redução média da ordem de 10% nas contas de luz, segundo cálculos da Abrace, que representa grandes consumidores de energia (Foto Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Você vai ver aqui: entidades sugerem transferir o valor da conta gradativamente para o orçamento público; Congresso obriga União a compensar estados por ICMS; acordo entre ANP e Petrobras prevê perfuração adicional na margem equatorial. E mais:

Entidades que representam consumidores de energia vão propor ao governo Lula e à nova Legislatura o fim da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo bancado pelas tarifas de energia elétrica para financiar programas setoriais.

— A proposta é transferir o valor da CDE, de forma gradativa, para o orçamento público, retirando os custos da tarifa, que poderia ter uma redução média da ordem de 10%, segundo cálculos da Abrace, que representa grandes consumidores de energia. Com uma transferência anual de 20%, a conta seria zerada em cinco anos, por exemplo.

Os consumidores vislumbram duas oportunidades para esse debate em 2023: a promessa de retomada da reforma tributária e a discussão, também com o Congresso Nacional, da criação de uma nova âncora fiscal.  

— “Para o Tesouro não é nada, mas para a conta dos consumidores é muito. A conta de energia impacta na vida de toda a população”, afirma Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia.

A Aneel estima que, para 2023, a conta deverá subir 4,15%, para R$ 33,4 bilhões. O valor vai custear programas como a tarifa social para os mais pobres, agronegócio, compra de óleo e carvão e a geração em sistemas isolados. Veja os detalhes.

— Este ano, segundo projeção da Aneel, a CDE eleva em 12% as tarifas médias dos consumidores residenciais, com exceção dos de baixa renda, isentos do pagamento.

— “Para a indústria, [a CDE] não é um simples encargo setorial, mas um tributo que a gente não compensa ao longo da cadeia. Por isso ele tem um efeito perverso”, afirma Victor iOcca, diretor de Energia Elétrica na Abrace.

O assunto foi tratado no antessala, programa semanal da epbr que discute política energética. Na pauta, as propostas em discussão, agora no Senado Federal, para mini e microgeração distribuída e PCHs — Por que incentivar GD e PCH?

Redução gradual de subsídios Essa semana, a Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara aprovou o PL 6338/19, que elimina gradualmente subsídios suportados pela CDE e transfere outros para o Tesouro Nacional.

— Subsídios para fontes — carvão, renováveis e nos encargos de transmissão e distribuição seriam reduzidos 20% ao ano, até que sejam zerados. Já para o agronegócio, seriam substituídos por recursos da União, em um ritmo de 10% ao ano.

— É o início de um debate. Eliminar subsídios para determinadas fontes é uma tarefa difícil no Congresso Nacional, que tem, na verdade, ampliado as políticas. E o texto ainda não prevê fonte para suportar as novas despesas no orçamento.

Congresso obriga União a compensar estados Parlamentares derrubaram o veto do presidente Jair Bolsonaro ao trecho da lei complementar 194/2022, que obriga a União a compensar estados para manutenção dos pisos constitucionais de saúde, educação e do Fundeb. O Comsefaz estima que a compensação deve totalizar R$ 29 bilhões em 2023.

— Mais um capítulo da disputa do ICMS dos combustíveis e da energia. Ontem, o STF homologou um acordo da União com os estados e o governo federal em que o governo federal se compromete a enviar um novo projeto para alterar as leis aprovadas este ano e discutir o tamanho do impacto no orçamento que será suportado pelo Tesouro Nacional.

ANP leiloa blocos no pré-sal  O 1º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha da Produção vai ofertar 11 blocos de pré-sal nas bacias de Santos e Campos nesta sexta (16/12). Mercado espera que a agência consiga vender entre quatro a cinco áreas na concorrência.

ONGs pedem à Justiça exclusão de áreas Entidades querem a exclusão de pelo menos três blocos da oferta permanente da partilha: Norte da Brava, em Campos, e Sudoeste de Sagitário e Esmeralda, em Santos. Alegam que a proximidade com o zoneamento de áreas mais sensíveis ameaça atividades econômicas e a qualidade ambiental dos ecossistemas.

Mudanças nos contratos de concessão Na última reunião do ano, a diretoria da ANP aprovou a atualização do edital e das minutas de contratos de concessão para a oferta permanente. Na nova versão da concorrência, estão contemplados 1096 blocos, em 17 bacias. Após a aprovação pela diretoria, os documentos seguem para análise do TCU.

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Acordo prevê perfuração adicional na margem equatorial ANP aprovou proposta para extinguir 15 contratos de blocos exploratórios marítimos da Petrobras suspensos por atrasos no licenciamento ambiental. Os compromissos não realizados nessas concessões serão compensados com investimentos de até R$ 687 milhões na margem equatorial.

— A Petrobras terá de perfurar dois poços em outras concessões na região.

Fim de disputa sobre royalties A diretoria da ANP aprovou também minuta de acordo para encerrar uma disputa sobre o pagamento de royalties e participações especiais sobre a produção de Jubarte, na Bacia de Campos. A Petrobras pagará cerca de R$ 780 milhões, sendo 35% desse valor à vista e o restante em 48 parcelas.

— A minuta ainda passará por consulta e audiência públicas, e o acordo, uma vez assinado, ainda precisará ser homologado pela Justiça Federal para extinguir o processo.

O Brent operava em queda de 2,59%, a US$ 79,11 o barril, na manhã desta sexta (16/12). Ontem fechou a sessão com recuo de 1,8%, a US$ 81,21 o barril, com o aumento dos temores de recessão após o Federal Reserve (Fed, banco central americano), Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE) elevarem suas taxas de juros. Valor

MDC quer produzir biometano a partir de resíduos agrícolas O grupo, que controla a Ecometano, mira, sobretudo, o potencial do biometano produzido a partir da vinhaça — resíduo da indústria sucroalcooleira. Hoje, a companhia produz o combustível renovável apenas em aterros sanitários.

— Recentemente, a Ultragaz, distribuidora de GLP e gás residencial do grupo Ultra, anunciou a aquisição da NEOgás, transportadora de gás natural comprimido (GNC). Com o negócio, mira a expansão no mercado de biometano.

— E a Copa Energia, dona das marcas Liquigás e Copagaz, anunciou que está prospectando negócios com biogás e biometano, para diversificação do portfólio. Passou a ser uma das associadas da ABiogás, entidade que representa o setor.

— A Copa Energia tem um acordo de cooperação com a USP para estudar a viabilidade de produção do bioGLP no Brasil.

Eletrobras e Shell vão estudar eólica offshore As empresas firmaram acordo de cooperação técnica para troca de informações para possível coinvestimento e operação de eólicas em alto mar. Vão identificar juntas áreas para parceria no desenvolvimento e implementação de projetos.

Barreiras comerciais atrasam impacto da lei de energia limpa dos EUA Dados da consultoria Wood Mackenzie mostram que o país adicionou 4,6 GW de nova capacidade solar no terceiro trimestre, queda de 17% sobre igual trimestre do ano passado. A redução seria motivada pelas barreiras comerciais e restrições contínuas da cadeia de suprimentos, especialmente em relação à China.

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