Biocombustíveis

Mercado global empolgado com elétricos, inclusive no Brasil

Executivos do setor acreditam que 41% dos novos veículos vendidos no Brasil em 2030 serão elétricos

Carro elétrico da BYD da categoria SUV na cor azul escuro (Foto Divulgação)
Em mercados mais bem desenvolvidos, como Japão, China, Estados Unidos e países da Europa Ocidental, EVs deverão representar metade do mercado automotivo (Foto Divulgação BYD)

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Diálogos da Transição

eixos.com.br | 06/01/22
Apresentada por

Editada por Gustavo Gaudarde e Gabriel Chiappini
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Executivos da indústria global de automóveis acreditam que 41% dos novos veículos vendidos no Brasil em 2030 serão elétricos. Na Índia, se espera que no fim da década a participação de veículos elétricos (EVs) será de 39%.

Em mercados mais bem desenvolvidos, como Japão, China, Estados Unidos e países da Europa Ocidental, os executivos acreditam que os EVs representarão metade do mercado automotivo.

A percepção foi identificada na 22ª edição da Pesquisa Executiva Anual do Setor Automotivo Global 2021 (GAES), da KPMG, que ouviu 1.118 executivos – incluindo 372 CEOS  – em 31 países.

A consultora perguntou qual porcentagem estimada de vendas de veículos novos alimentados por bateria, excluindo híbridos, dentro de cada mercado, até 2030. E, claro, é reflexo de pressões institucionais e de mercado dentro da agenda climática.

“Os executivos automotivos globais estão confiantes que esta indústria terá um crescimento mais lucrativo nos próximos cinco anos e que a participação no mercado de veículos elétricos crescerá drasticamente até 2030”, explica Flávia Spadafora, líder do setor Automotivo da KPMG no Brasil.

Outras percepções – a exemplo da preocupação com gargalos envolvendo a oferta de commodities metálicas – podem ser vistas aqui.

E, sim, o Brasil está voltado para a bioenergia na rota de eletrificação. Uma boa forma de entender a política atual é voltar na agenda energética que o país levou para a COP26

E o que estão comprando por aqui? Com o balanço de 2021, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) comemorou nesta quinta (6) que o mercado bateu todas as previsões ao saltar de 801 elétricos puros (BEVs) licenciados em 2020 para 2.851, no ano passado.

Com comerciais leves híbridos (HEVs), híbridos plug-in (PHEVs) – e olha o etanol aí –, foram 34.990 emplacamentos no total, aumento de 77% sobre os 19.745 de 2020. Isto é, apenas 8% das novas vendas são de elétricos puros.

Em um mercado no qual a crise econômica está matando as linhas populares, os elétricos ainda são bem caros. A liderança em vendas segue com o Leaf Tekna, da Nissan (R$ 264 mil na tabela Fipe), seguido pelo Taycan, esportivo elétrico de luxo da Porsche que pode passar dos R$ 600 mil.

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Os dez BEVs leves (comerciais e passeio) mais vendidos no Brasil em 2021, segundo levantamento da ABVE: 

  • Nissan Leaf Tekna: 439
  • Porsche Taycan: 379
  • Volvo XC40 Recharge: 375
  • BMW Mini Cooper Electric: 313
  • Audi E Tron: 252
  • BMW i3 BEV 120AH: 159
  • Fiat 500 E Icon: 146
  • GM Bolt: 132
  • BYD ET3: 124
  • Renault Kangoo: 120

Para as frotas comerciais, briga boa nos furgões 100% elétricos voltados para as entregas nas grandes cidades: com 124 emplacamentos, o BYD ET3 superou o Renault Kangoo Max (120 unidades) e liderou o segmento pela primeira vez.

Disputam esse mercado montadoras tradicionais como a Peugeot, com E Expert Cargo, e que também tem o E Jumpy Cargo (Peugeot/Citroën).

“É uma tendência irreversível, liderada pelos prefeitos de várias cidades brasileiras, preocupados com as emissões de poluentes, e pela agenda ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), assumida por muitas empresas”, afirma Adalberto Maluf, diretor de Marketing e de Sustentabilidade da BYD.

Veja a lista completa no site da associação. Mostramos por aqui como já tem empresa calculando que é possível eletrificar sem aumentos de custo.

Caso tenha perdido, hoje foi a estreia da coluna A transição explicada, produzida pelo Instituto E+ Transição Energética e que será publicada toda primeira quinta-feira do mês na agência epbr.

No lançamento, Emílio Matsumura, diretor-executivo do Instituto E+ Transição Energética e professor do IBMEC/RJ, encontrou uma forma criativa para abordar cinco aspectos — econômicos, mas também políticos e sociais — que precisam ser considerados em um planejamento de transição energética: A transição energética no Brasil: uma visão em 5 Ds

E se você estiver em Curitiba, tem combustível novo no transporte público da cidade. Este mês, a Petrobras e a Vibra iniciaram testes com o novo diesel R5(com 5% de conteúdo renovável), produzido na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. É o teste empírico do coprocessado da Petrobras, que finalmente começa a ganhar as ruas.

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