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Texto alterado para esclarecer que a mistura obrigatória de biodiesel é uma exigência que recai sobre o elo da distribuição e não sobre os postos de combustíveis. E para incluir outras entidades do grupo de doadores.
JUIZ DE FORA — O Ministério de Minas e Energia (MME) e o Ministério da Gestão e Inovação definiram nesta quinta-feira (3/4) os procedimentos para doação de equipamentos à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que permitirão verificar in loco a mistura de biodiesel.
A medida busca combater fraudes no setor, que tem aumento de 12% para 14% na mistura obrigatória prevista para março deste ano.
A fiscalização mais ágil permitirá punir agentes que não cumprirem a determinação “garantindo o cumprimento do mandato vigente”, conforme nota do MME. A mistura é regulada pela ANP, com metas bimestrais de fornecimento pelos produtores de biodiesel e de compra, pelas distribuidoras.
Entre os aparelhos que serão doados está o espectrofotômetro FTIR, capaz de medir o teor de biodiesel no diesel nas operações de fiscalização. Até o início deste ano, a agência dispunha de apenas um equipamento do tipo.
A fiscalização do setor envolve o envio de amostras para para análises laboratoriais.
Segundo o diretor do Instituto Combustível Legal (ICL), Carlo Faccio, que esteve presente na reunião desta quinta, a instituto já se comprometeu em doar cinco unidades desses equipamentos portáteis.
Além do ICL, no grupo de doadores também estão o Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), a Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), a Aprobio (Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil) e a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).
A ANP coordenará os trâmites com sindicatos e associações do setor de combustíveis que manifestem interesse em realizar as doações, a serem formalizadas pelo Sistema de Doações do Governo Federal para acelerar o processo, afirma o MME.
Para Marlon Arraes Jardim, diretor de Biocombustíveis, “trata-se de um processo importante que vai ajudar a equipar a ANP, em pareceria com o setor privado, de uma maneira transparente e em menor espaço de tempo possível”.
Também participaram da reunião o superintendente de Fiscalização do Abastecimento da ANP, Julio Cesar Candia Nishida; o superintendente-adjunto, Carlos Eduardo Neri de Oliveira; o diretor executivo do Sindicom, Mozart S. Rodrigues Filho, além do diretor do ICL, Carlo Faccio.
ANP tem apenas um equipamento para fiscalizar biodiesel
Há 15 dias, a ANP afirmou que dispõe de apenas um espectrofotômetro FTIR para verificar em tempo real o cumprimento da mistura obrigatória de biodiesel, em todo o território nacional.
O aparelho, doado pelo MP de Sergipe, agiliza a identificação e apreensão do combustível assim como a interdição imediata em caso de fraude, de acordo com a agência.
“A ANP vem trabalhando para a aquisição de outros equipamentos do mesmo tipo, para ampliar a identificação de irregularidades em campo, sem prejuízo das análises em laboratório”, informou em nota.
Até recentemente, o percentual de biodiesel somente era identificado em laboratório, ou seja, só após o fim da ação fiscal. O Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas (CPT) da ANP e a rede de laboratórios contratados (via licitação) possuem equipamentos que detectam o teor de biodiesel presente no óleo diesel B.
O setor privado pede, contudo, aumento da fiscalização em campo. A ANP diz que vem “empenhando esforços para desenvolver metodologias e utilizar equipamentos” que permitam a identificação in loco do percentual de biodiesel, buscando agilidade na fiscalização.
O Sindicom, que havia pedido a suspensão temporária do aumento para B14, rejeitada pela ANP, afirma haver um crescimento de fraudes e sonegações no setor, com impactos na competição de forma desleal.
A comercialização do combustível com menor teor do biocombustível, que é mais caro do que o derivado fóssil, foi objeto de circular por parte do SindTRR (Sindicato Nacional do Comércio Transportador-Revendedor-Retalhista de Combustíveis) alertando para os riscos.
Com informações do Estadão Conteúdo
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