Biocombustíveis

Alckmin defende elevar mistura de biodiesel até 20%

“Vamos trabalhar para, no Combustível do Futuro, a gente ir para B20”, afirmou durante evento de lançamento das obras da primeira usina de etanol da Be8

Alckmin (PSB) defende elevar mistura de biodiesel para 20%, o B20. Na imagem: Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

CUIABÁ – O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), defendeu nesta sexta (4/8) que é preciso elevar a mistura de biodiesel até 20% (B20).

“Vamos trabalhar para, no Combustível do Futuro, a gente ir para B20”, afirmou durante evento de lançamento das obras da primeira usina de etanol Be8, em Passo Fundo (RS).

O Combustível do Futuro é o programa do governo federal – herdado da administração anterior – em que são discutidos os mandatos para combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) e a inserção de alternativas verdes ao biodiesel no transporte.

Por iniciativa do Ministério de Minas e Energia (MME), de Alexandre Silveira (PSD), a minuta do projeto de lei inclui a elevação da mistura de etanol anidro na gasolina comum de 27% para 30%.  Um projeto de lei está sendo elaborado na Casa Civil.

Após a cerimônia, o vice-presidente reforçou aos jornalistas os estudos para aumentar a mistura obrigatória de biodiesel para B20. “No ano que vem, B13. Depois B14 e B15, e aí há um estudo para poder subir até B20, mas de definido já é B13, B14 e B15”.

Alckmin lembrou que a Amaggi já utiliza o B100 em sua frota cativa: “As frotas de caminhão lá do Centro-Oeste, do Blairo [Maggi], é 100% biodiesel, é B100”.

Em maio, a agência epbr detalhou o projeto da gigante do agronegócio para entrar na produção e, ao mesmo tempo, desenvolver o projeto de uso de biodiesel puro na frota cativa.

Setor defende antecipação do B13

O prazo é chegar ao B15 até 2026, mas o setor trabalha para antecipar o aumento da mistura na próxima reunião do CNPE.

Representantes de produtores de biodiesel se reuniram na quarta (2/8) com o ministro Alexandre Silveira (PSD), para tratar do PL do Combustível do Futuro.

O presidente da FPBio, deputado Alceu Moreira (MDB/RS) e o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senador Vanderlan Cardoso (PSD/GO) também participaram do encontro.

Do biodiesel para o etanol

O evento em Passo Fundo nesta sexta (4/8), que contou com a participação de Alckmin,  marcou a expansão da Be8, maior produtora de biodiesel do país, para o mercado de etanol.

Quando for totalmente instalada, a Be8 processará 1.500 toneladas de cereais por dia para produzir 220 milhões de litros de etanol (anidro ou hidratado) e 155 milhões de toneladas por ano de farelo para a cadeia de proteína animal.

O investimento previsto é de R$ 316 milhões na primeira fase de implantação de unidade que processará milho, trigo, triticale, arroz, sorgo, dentre outros cereais da chamada “cultura de inverno”.

“Este é mais um passo para ampliar nossa capacidade de produção de biocombustíveis aqui na Região Sul”, disse o CEO da Be8, Erasmo Carlos Battistella.

Atualmente, praticamente todo o etanol consumido no Rio Grande do Sul é produzido em outros estados. Hoje, foram anunciados investimentos adicionais de R$ 300 milhões para expandir o projeto com uma linha de produção de glúten vital, associada à produção de etanol.

Ao optar pela rota de cereais, no lugar da cana-de-açúcar, a companhia optou por negócios com maior sinergia com a produção de biodiesel no Rio Grande do Sul.

A estratégia da Be8 é marcada por planos de internacionalização, que já se materializaram com investimentos na Suíça e no Paraguai, destino de investimentos para produção de biocombustíveis a partir de novas rotas e atendimento ao mercado Europeu. Battistella detalhou os planos em entrevista à epbr, em maio.

O novo portfólio inclui etanol, diesel verde, SAF, gás natural liquefeito (GNL), hidrogênio e amônia verdes.