Congresso

Câmara aprova projeto que prevê incentivos ao hidrogênio com baixa emissão de carbono

Deputados aprovaram mudanças feitas pelo Senado no texto. Proposta segue para sanção

Plenário da Câmara visto de trás, durante sessão que aprovou a regulamentação da reforma tributária (PLP 68-2024), em 10/7/2024 (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)
Plenário da Câmara durante discussão e votação de propostas (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

A Câmara dos Deputados aprovou emendas do Senado ao Projeto de Lei 2308/23, que regulamenta a produção de hidrogênio considerado de baixa emissão de carbono, instituindo uma certificação voluntária e incentivos federais tributários. O texto segue para sanção presidencial.

Uma das principais mudanças propostas é o aumento da quantidade de dióxido de carbono por quilograma de hidrogênio produzido a partir da fonte de energia utilizada para obter o hidrogênio.

Enquanto o texto da Câmara previa um índice igual ou menor a 4 Kg de CO2, o Senado aprovou 7 Kg. Outra mudança retira a previsão de diminuição gradativa desse limite a partir de 2030.

As emendas do Senado contaram com parecer favorável do relator, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania/SP). Ele ressaltou que a modificação do Senado vai possibilitar produzir hidrogênio a partir de biocombustíveis.

“A maior parte do hidrogênio que o mundo produz é a partir de combustíveis fósseis. Toda rota que esta legislação prevê é hidrogênio de baixa emissão de carbono”, explicou.

Envio de informações

Arnaldo Jardim afirmou que o Ministério de Minas e Energia concordou em enviar a cada seis meses um relatório da utilização do Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro). A pasta também enviará um plano de trabalho do regime em até 90 dias da sanção da proposta.

A deputada Adriana Ventura (Novo/SP), uma das autoras da proposta, agradeceu o acordo com o líder do governo, deputado José Guimarães (PT/CE), de garantir o envio de informações pelo Executivo. “O hidrogênio é o combustível do futuro, pode ser usado para várias coisas: para transporte, aquecimento, energia elétrica. E tem avançado muito esse mercado em muitos países. No Brasil estamos plantando esta semente”, disse a parlamentar.

Já a deputada Fernanda Melchionna (Psol/RS) lamentou que o texto do Senado tenha aumentado o potencial poluidor da produção de hidrogênio. “A lógica da produção de hidrogênio vai ser usada com fontes poluentes”, disse.

Reportagem de Eduardo Piovesan e Tiago Miranda; Edição Pierre Triboli