Ponto final é a coluna da E&P Brasil publicada (normalmente) de terça-feira a sexta-feira que resume os principais acontecimentos da política energética, no fechamento dos trabalhos legislativos. Hoje, excepcionalmente, teve sessão na Câmara.
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Contudo, abrir os trabalhos na segunda não garantiu novidades. Os projetos da cessão onerosa (PL 8939/17) e da venda das distribuidoras da Eletrobras (PL 10332/18) não foram votados.
Explicamos como esses projetos são prioridades para o governo, que tem pressa para concluir as votações antes do recesso parlamentar. A análise do nosso editor de Política, Guilherme Serodio, também mostra como os temas que envolvem privatização mantêm a oposição unida:
“(…) a manutenção na agenda do Congresso de propostas de privatizações envolvendo ativos da Eletrobras e Petrobras funcionam como trampolim para discursos da oposição contra o governo que, com 3% de popularidade nas pesquisas, tem cada vez menos defensores”.
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O texto-base do projeto da cessão está aprovado, pendente de destaques. O Plenário não tinha quórum para votar até por volta das 21 horas, quando surgiu um acordo para retirada de pauta da cessão onerosa e votar, apenas, o PLP 500/18, que trata da reinclusão de micro e pequena empresa no Simples Nacional.
A sessão acabou às 23 horas e o projetos pendentes foram pautados para este terça-feira (26/6), às 9 horas. E tem sessão do Congresso marcada às 11 horas. A sessão de hoje foi presidida pelo deputado Carlos Manato (PSL/ES).
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E falando em pré-sal, Ciro Gomes foi parar nas manchetes com a declaração a uma revista americana de que vai expropriar campos de petróleo contratados por petroleiras privadas no Brasil. Não é primeira vez que o candidato faz esse compromisso, que para as empresas soa como ameaça.
Fomos além e publicamos um paralelo entre o presidenciável brasileiro e o mexicano López Obrador. Assim como Brasil e México têm muito em comum, inclusive quanto a recente atração de capital privado para o setor de petróleo, Ciro e López se alinham em seus discursos, ambos em campanhas de oposição, para suceder governos altamente impopulares.
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Tem mais: OPEP anunciou alta na produção, mas preços subiram. Trump embarga Venezuela e Irã, mas acusa OPEP de manipular a alta dos preços. Como se saíram os principais atores do mercado internacional nessa disputa? Publicamos uma análise, em português, do Investing.com para nossos leitores.
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O que saiu do papel foi o projeto de geração de energia solar da Aneel, que inaugurou hoje os seus painéis fotovoltaicos, com capacidade para atender até 20% da demanda da sede da agência em Brasília. Esse investimento em geração distribuída pode virar lei – e para facilitar a vida de quem atua no setor, uma lista dos projetos que tratam sobre incentivos à geração de energia alternativa.
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Ibama liberou e a Petrobras começou a produzir no campo de Tartaruga Verde, no pós-sal da Bacia de Campos. Este projeto, que será desenvolvido com o FPSO Cidade de Campos dos Goytacazes, da Modec, tem algumas peculiaridades.
O campo tem uma extensão não contratada que, como está no polígono do pré-sal, só pode ser contratada pelo regime de partilha. Petrobras já declarou interesse no ativo listado para a próxima rodada.
Mas Tartaruga Verde é um ativo do pós-sal. Há quanto tempo não se ouve falar em óleo novo do pós-sal? O último foi Papa-Terra, em 2015.
Para os geólogos (e entusiastas): Tartaruga Verde tem duas jazidas; reservatórios são carbonatos Albianos, estrutura do tipo casco de tartaruga alongada. Recuperação primária será a partir de gás em solução, mas há previsão de injeção de água.
E por fim, é o único projeto a partir de uma descoberta não desenvolvida da Bacia de Campos presente no plano de negócios da Petrobras, até 2022 – os outros investimentos na bacia são em Marlim e Parque das Baleias.
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