Fiscalização de combustíveis

ANP: há apenas um equipamento para identificar, em campo, mistura de biodiesel no diesel

Spectrofotômetro FTIR, doado pelo MP de Sergipe, agiliza identificação de fraudes em campo. Setor privado pede reforço na fiscalização

Força-tarefa integrada pela ANP com Procon e Inmetro fiscaliza postos revendedores de combustíveis em Brasília-DF, em 15/3/2021 (Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Força-tarefa integrada pela ANP, Procon e Inmetro, para fiscalização em postos revendedores de combustíveis em Brasília/DF (Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) confirmou nesta quarta-feira (19/3) ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que há apenas um equipamento para identificar, já durante a fiscalização em campo, se a mistura obrigatória de biodiesel está sendo cumprida. Esse único equipamento que a ANP dispõe pode ser utilizado em todo o país pelos fiscais.

O chamado espectrofotômetro, de modelo FTIR, possibilita agilidade na identificação e apreensão do combustível, com a interdição de forma mais célere em caso de fraude. A ferramenta foi doada pelo Ministério Público do Estado do Sergipe (MPSE), a partir de acordo com o órgão regulador.

“A ANP vem trabalhando para a aquisição de outros equipamentos do mesmo tipo, para ampliar a identificação de irregularidades em campo, sem prejuízo das análises em laboratório”, informou a agência, em nota.

Até recentemente, o percentual de biodiesel somente era identificado em laboratório, ou seja, só após o fim da ação fiscal. Os agentes realizam análises laboratoriais nas amostras de diesel coletadas nas ações de fiscalização por meio do Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas (CPT) e da rede de laboratórios contratados via licitação.

Tanto o CPT como essa rede de laboratórios contratados possuem equipamentos que detectam o teor de biodiesel presente no óleo diesel B. O setor privado pede, contudo, aumento da fiscalização em campo. A ANP diz que vem “empenhando esforços para desenvolver metodologias e utilizar equipamentos” que permitam a identificação in loco do percentual de biodiesel, buscando agilidade na fiscalização.

“Isso possibilita a imediata interdição cautelar das instalações flagradas com produto fora da especificação, e as amostras do produto são enviadas para a comprovação da irregularidade em laboratório”, acrescenta o regulador, informando que vem intensificado a fiscalização em bases de distribuição e nos postos de combustíveis.

O Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) protocolou na semana passada um ofício junto à ANP pedindo a suspensão da adição de 14% de biodiesel no óleo diesel por até 90 dias. O crescimento de fraudes na composição obrigatória do produto vem gerando concorrência desleal, aponta o sindicato.

A ANP reforça, em nota, que o teor de biodiesel incorreto pode levar, em caso de condenação, a penalidades como multas de até R$ 5 milhões e suspensão e revogação da autorização.

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