NESTA EDIÇÃO. Governo diz que país reduziu dependência externa de derivados, com aumento do fator de utilização das refinarias nacionais.
Fusões e aquisições no upstream tendem a desacelerar em 2025.
Setor de distribuição de energia amplia investimentos para lidar com mudanças climáticas.
Municípios defendem beneficiamento de lítio em MG.
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Governo comemora redução de importações de combustíveis em mensagem ao Congresso
O Brasil reduziu a dependência da importação de combustíveis para atender ao mercado nacional em 2024 — o primeiro ano em que a nova política de precificação de combustíveis da Petrobras foi adotada integralmente.
Na mensagem ao Congresso para a abertura do ano legislativo, o presidente Lula destacou o aumento da utilização das refinarias nacionais e a redução nas importações como uma forma de reduzir “a vulnerabilidade do país nas oscilações de oferta de produtos em cenários de crise internacional”.
- Fala no papel das “refinarias nacionais”, mas, claro, o foco é a atuação da Petrobras, que opera a maior parte do parque.
- Segundo o documento, a dependência externa de derivados de petróleo caiu de 21,52%, em 2022, para 16,48%, em 2024.
- A demanda de importação de gasolina caiu de 11,63%, em 2022, para 2,22%, em 2024
Os números estão em linha com o boletim anual de produção e vendas da Petrobras de 2024, divulgado na segunda (03/2).
- A estatal bateu recordes de produção de gasolina (420 mil barris/dia) e diesel S-10 (452 mil barris/dia) no ano passado.
- Além disso, reduziu a importação de derivados, sobretudo da gasolina.
- As refinarias da Petrobras fecharam 2024 com um fator de utilização de 93%, maior taxa desde 2014.
Em maio de 2023, a estatal adotou o atual modelo e encerrou a política de paridade internacional (PPI) para os preços do diesel e da gasolina, de modo a cumprir a promessa de Lula em seu terceiro mandato de “abrasileirar” os preços dos combustíveis.
- Com isso, além do preço internacional do barril e do câmbio, a companhia passou a considerar também outras variáveis, como as alternativas para o suprimento e o valor marginal ao definir os preços.
- A estratégia da empresa é ganhar espaço frente aos concorrentes.
Fusões e aquisições no upstream. As operações devem desacelerar “significativamente” em 2025, aponta a Rystad Energy. A consultoria acredita que o mercado está consolidado e é improvável que aconteçam novos picos.
- A projeção da Rystad Energy para a carteira global de negócios em 2025 é de US$ 151 bilhões, depois de US$ 255 bilhões em 2023 e US$ 205 bilhões em 2024.
Preço do barril. Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta na segunda (3), em meio ao noticiário sobre tarifas dos EUA. Os ganhos foram limitados pelo anúncio de pausa de um mês na aplicação das taxas ao México.
- O Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,38%, a US$ 75,96 o barril.
Reidi. O Ministério de Minas e Energia (MME) enquadrou cinco projetos de reforços e dois de melhorias em instalações de transmissão no regime especial. Confira a lista.
Distribuidoras se adaptam aos extremos do clima. Depois de um 2024 marcado por problemas no suprimento de energia, as concessionárias brasileiras estão se preparando melhor para as ocorrências climáticas e investindo em tecnologia para evitar imprevistos.
- As medidas incluem dispositivos capazes de desligar ou religar de forma automática as redes de regiões afetadas e planos de contingência mais robustos
- Entre 2025 e 2031, 21 concessionárias têm contratos que chegarão ao fim. Uma das maneiras da Aneel medir o desempenho das distribuidoras por critérios de frequência (FEC) e duração (DEC) de interrupções no fornecimento.
Lítio. O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e vice-presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Marcos Vinicius, defende que parte dos impostos arrecadados no Vale do Jequitinhonha (MG) seja reinvestido no beneficiamento do mineral.
- Ele também sugeriu a criação de um Arranjo Produtivo Local (APL) para beneficiar o mineral extraído na região apelidada como “Vale do Lítio”.
Opinião: A pauta de energia agora atrai a atenção e o interesse direto dos legisladores, estando sob constantes holofotes, e não mais sendo direcionada somente pela iniciativa do Poder Executivo, escreve Tiago Santana, sócio e coordenador de Relações Governamentais do Perman Advogados,.