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G20 repete compromisso com fim de subsídios para combustíveis fósseis

Declaração final incluiu compromisso com a eliminação gradual de “subsídios ineficientes”

Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro
Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro | Ricardo Stuckert / PR

NESTA EDIÇÃO.

Cúpula de Líderes do G20 concorda em compromisso para eliminar incentivos a fósseis
 
Demanda brasileira viabiliza investimentos para importação de gás argentino, diz MME. 
 
Petrobras confirma investimentos de US$ 111 bilhões no plano 2025-2029 e assina acordo com Yara para fertilizantes na Ansa. 
 
Brasil e China lançam cooperação tecnológica para modernização do setor elétrico.
 
EUA anunciam coalizão para florestas e bioeconomia


EDIÇÃO APRESENTADA POR

A declaração final da cúpula do G20 no Rio reiterou o compromisso com a eliminação gradual de “subsídios ineficientes” aos combustíveis fósseis, em linha com a proposta do grupo voltado às ações climáticas, que concluiu os trabalhos em outubro.

  • É uma repetição do compromisso do ano passado, alcançado na Índia, e que vem desde 2009, quando o grupo das maiores economias do mundo tratou, pela primeira vez, dos subsídios para fósseis.
  • E já constava no resultado da força-tarefa climática, liderada por MMA e Fazenda, que se reuniu em outubro, nos Estados Unidos.

Na transição energética, a declaração do G20 adota uma abordagem tecnologicamente neutra “para desenvolver e implantar uma variedade de energias de baixas emissões, 
combustíveis e tecnologias sustentáveis”. 

  • Reforça, ainda, o apoio aos esforços para triplicar a capacidade de energia renovável. 

O documento cita ainda a importância de tecnologias para redução e remoção, gerenciamento de carbono e redução de emissões.

  • O reconhecimento do papel da energia nuclear para a redução das emissões havia sido incluído no consenso no grupo de transições energéticas, não mencionado na declaração final. 

Os países se comprometeram a acelerar esforços para atingir acesso universal ao cozimento limpo até 2030. Também houve consenso sobre a taxação progressiva de super-ricos como maneira de redução das desigualdades. 
 
E além da declaração final, o encontro dos líderes no Rio de Janeiro rendeu diversos acordos para investimentos e desenvolvimento tecnológico em energia. Confira os principais anúncios para o setor.



Importação do gás argentino. A demanda do Brasil vai viabilizar os investimentos necessários para a conexão dos gasodutos de transporte para a importação do gás da Argentina, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

  • Silveira assinou um memorando de entendimento no G20 com o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, para a criação do grupo de trabalho que vai estudar as alternativas para viabilizar a chegada do gás natural da região de Vaca Muerta ao Brasil. 

Fertilizantes. A Petrobras e a Yara assinaram um acordo de industrialização de ureia para produção e comercialização de Arla 32 a ser produzido na fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (ANSA), no Paraná.

  • O acordo envolve o fornecimento de ureia pela Yara, para fabricação do Arla 32 na Ansa, com posterior comercialização pela empresa norueguesa.

 
Biocombustíveis. A Petrobras Biocombustível (PBio) e o Banco do Brasil assinaram durante a Cúpula do G2 um acordo de cooperação técnica para identificar iniciativas de promoção de biocombustíveis e fontes de energia renovável, incluindo a aquisição de insumos de fornecedores e de cooperativas de pequenos produtores. A vigência do acordo será de cinco anos.
 
Plano de investimentos. A estatal confirmou que o Plano de Negócios 2025-2029 prevê investimentos totais de US$ 111 bilhões, sendo cerca de US$ 77 bilhões para Exploração & Produção (E&P) e US$ 20 bilhões em Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC). Os valores serão detalhados na sexta (22) depois da aprovação pelo conselho de administração.
 
Parceria Brasil-China. Os dois países lançaram no G20 a Aliança para Inovação e Compartilhamento Tecnológico no Setor Elétrico (Eisa, na sigla em inglês), iniciativa que reúne 16 empresas, universidades e centros de pesquisa para cooperação tecnológica na modernização do setor elétrico.
 
Crise da Enel chega à diplomacia. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, levou à primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e ao ministro da Economia italiano, Giancarlo Giorgetti, reclamações sobre a alta centralização das decisões da empresa na matriz europeia. 
 
Minerais críticos. Os Emirados Árabes estudam a assinatura de um memorando de entendimento para exploração de minerais críticos no Brasil, segundo o ministro de Minas e Energia. Ainda de acordo com Silveira, o acordo deverá ser “nos moldes do que fez a Arábia Saudita com a Vale”. 
 
Parceria Brasil-EUA. Na primeira visita de um presidente dos Estados Unidos à Amazônia, o democrata Joe Biden anunciou no domingo (17/11), em Manaus (AM), uma coalizão para acelerar a conservação e a restauração das florestas brasileiras, a partir de aportes na bioeconomia. A Coalizão Brasil para o Financiamento da Restauração e da Bioeconomia (Coalizão BRB) planeja investimentos de pelo menos US$ 10 bilhões até 2030.
 
Gás em pequena escala. A GNLink, da gestora de recursos Lorinvest, recebeu aval da ANP para início das operações de seu primeiro projeto de distribuição de gás natural liquefeito (GNL) em pequena escala. A unidade, no Paraná, tem capacidade de liquefazer e distribuir, numa primeira fase, 44 mi m³/dia.
 
Opinião: O cenário de investimentos e inovações no Brasil indica que 2025 será um ano decisivo para as energy techs. Com captação de investimentos, apoio governamental e um ecossistema em expansão, o Brasil não apenas lidera a transformação energética da América Latina, mas também configura um modelo inspirador para outras nações, escreve o chefe de ESG e Marketing da Lead Energy, Giancarlo Tomazim.