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Irã lança ataque contra Israel e amplia incertezas sobre futuro do conflito no Oriente Médio

Escalada da guerra amplia volatilidade no mercado de petróleo

Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel, discursa no plenário da 79ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York (EUA), em 27/9/2024 (Foto Loey Felipe/UN Photo)
Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel, discursa no plenário da 79ª Assembleia Geral da ONU, em 27 de setembro de 2024 | Foto Loey Felipe/UN Photo)

NESTA EDIÇÃO. Irã lança mísseis contra Israel e guerra no Oriente Médio entra em nova fase. Preços do barril de petróleo devem ter maior volatilidade.

Petrobras compra participação em bloco na África do Sul e retorna ao continente depois de quatro anos. 

TCU suspende programa da depreciação acelerada. 

Aneel chega a nova decisão sobre transferência da Amazonas Energia para a Âmbar. 

Projetos de hidrogênio, amônia e data centers podem elevar a demanda de energia no Brasil em 37 GW.

O bloqueio orçamentário no MME e nas agências vinculadas. 


EDIÇÃO APRESENTADA POR

Guerra. O Irã lançou um ataque de mísseis contra Israel na terça-feira (1/10), em um capítulo que marca a escalada do conflito no Oriente Médio. 

A intensificação da guerra levou o petróleo tipo Brent a ultrapassar os US$ 75 ao longo do dia. As cotações encerraram o dia em US$ 74,46, alta de 3,85%.

  • Nos últimos dias, Israel vinha intensificando os bombardeios ao Líbano, o que levou à morte de líderes do Hezbollah e do Hamas.

 O Irã é um dos principais apoiadores do Hamas, cujos ataques terroristas a Israel em 7 de outubro de 2023 deram início ao atual conflito

  • É também um dos grandes produtores de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). 

 O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu prometeu uma resposta aos mísseis iranianos. (G1)

Após os ataques, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou o apoio a Israel, o que amplia o temor de maior envolvimento do país no conflito. (CNN

No ano passado, a Bloomberg Economics chegou a calcular que um conflito direto entre Israel e Irã poderia levar o barril a US$ 150 e gerar uma recessão econômica global.

“Todas essas incertezas em uma região que é tão sensível e tão crucial para a produção e para a oferta de petróleo global, especialmente o Irã, e o possível envolvimento mais direto dos Estados Unidos nesse conflito. Em geral, isso acaba elevando os riscos geopolíticos, os prêmios de risco para o petróleo”, diz a analista da StoneX, Isabela Garcia. 



Petrobras retorna ao continente africano. O conselho de administração da Petrobras aprovou a compra de uma participação em um bloco exploratório na África do Sul. A estatal vai comprar uma fatia de 10% da TotalEnergies no bloco Deep Western Orange Basin (DWOB), na Bacia de Orange. A operação marca o retorno da Petrobras ao continente africano. A companhia saiu da região em 2020, quando vendeu a PetroÁfrica.

TCU suspende programa da depreciação acelerada. O ministro Jorge Oliveira, do Tribunal de Contas da União (TCU), suspendeu de forma cautelar a habilitação de empresas no programa de depreciação acelerada para construção de navios-tanque, criado pelo governo Lula por meio da medida provisória 1255/2024. Oliveira acatou um pedido do senador Ciro Nogueira (PP/PI), líder do partido de oposição no Senado Federal. Ele afirma que a MP afronta a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Demanda por gás cresce no Brasil. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que a demanda por gás natural vai crescer 36,6% no Brasil em dez anos no mercado não-termelétrico – o que inclui o consumo em indústrias, postos de GNV, comércio e residências. De acordo com o Caderno de Gás Natural do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), a demanda não-termelétrica deve atingir os 56 milhões de m³/dia em 2034, o que representa um crescimento de 3,2% ao ano no período.

Transferência da Amazonas Energia para a Âmbar. A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a proposta da área técnica da agência para a transferência de controle da Amazonas Energia para a Âmbar Energia. A opção prevê um impacto de R$ 8 bilhões na Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), menor do que os planos apresentados pela Âmbar para a aquisição. Após a mudança no voto do diretor-geral Sandoval Feitosa, na reunião de terça (1/10), um empate foi desfeito e a agência vai propor à Âmbar Energia que assine em 24 horas um contrato com condições propostas pela área técnica da Aneel. Segue sem solução, no entanto, a conversão dos contratos da distribuidora. 

Hidrogênio, amônia e data centers vão demandar 37 GW. O Ministério de Minas e Energia (MME) avalia projetos de conexão à rede que podem elevar o consumo de energia em 37,4 gigawatts (GW) até 2037. A lista, enviada à Aneel, inclui empreendimentos para produção de amônia e hidrogênio verde, além de data centers. A agência abriu uma consulta pública sobre as requisições de acesso à rede básica por unidades consumidoras.

Ampliação da transmissão. O Brasil vai precisar de R$ 128,6 bilhões em investimentos para a construção de 30 mil km de novas linhas de transmissão e 82 mil megavolt ampère (MVA) em novas subestações até 2034. A projeção é do caderno de Transmissão de Energia do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034 da EPE. O país tem 187 mil km de linhas, número que pode chegar a 217 mil km em 2034, num aumento de 17%. A expansão projetada considera a necessidade de atender à demanda crescente de energia em data centers e em plantas de produção de hidrogênio verde.

Volkswagen e Eneva fecham acordo para caminhões e ônibus elétricos. A Voltta, comercializadora varejista da Eneva, e a Volkswagen Caminhões e Ônibus fecharam uma parceria para a ampliação da frota elétrica. A comercializadora vai disponibilizar energia elétrica de fontes renováveis com 30% de desconto às concessionárias da Volkswagen. Vai prover também soluções para o carregamento e uma plataforma para a gestão dos caminhões elétricos, com dados de recarga, energia consumida e pontos de carregamento disponíveis no percurso dos veículos.

Aquisição na geração distribuída. A Viva Energia, do grupo gaúcho Ludfor, comprou a Alka Energia, braço de geração distribuída da catarinense Agricopel. A Alka tem capacidade instalada de 25 megawatts (MW) e 2 mil unidades consumidoras. A operação envolve 58 usinas solares, hidrelétricas e termelétricas a biogás.

BP conclui aquisição da Bunge. A BP concluiu a aquisição dos 50% de participação da Bunge em sua joint-venture BP Bunge Bioenergia S.A. A produtora de biocombustíveis foi renomeada como bp bioenergy. Com a conclusão da aquisição, a bp se torna a única proprietária do negócio de cana-de-açúcar e etanol em escala industrial.

Itaipu Binacional vê interesse em SAF. Os combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, em inglês) devem ter respostas muito rápidas das companhias aéreas que buscam soluções para descarbonizar suas operações, na visão do diretor-geral de Itaipu Binacional, Enio Verri. Segundo o executivo, há uma clara demonstração de interesse no projeto piloto que está sendo desenvolvido pelo parque tecnológico de Itaipu para produção de petróleo sintético a partir do biogás.

Bloqueio de R$ 33,5 bi no orçamento do MME e agências. O bloqueio orçamentário de R$ 13,3 bilhões iniciado pelo governo federal na segunda (30/9) manteve a contenção de R$ 33,5 milhões no Ministério de Minas e Energia e nas agências vinculadas. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está com R$ 11,4 milhões bloqueados desde agosto, o que representa 7,8% do orçamento de R$ 146,1 milhões previsto para 2024, considerando as despesas primárias e discricionárias, que excluem gastos com salários e pensões. É o mesmo caso da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do próprio MME.