BELO HORIZONTE – O Caderno de Transmissão de Energia (.pdf) do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que o Brasil demandará R$ 128,6 bilhões em investimentos, até 2034, para a construção de 30 mil km de novas linhas de transmissão e 82 mil megavolt ampère (MVA) em novas subestações.
O país tem 187 mil km de linhas. O número pode chegar a 217 mil km em 2034, aumento de 17%. A capacidade de transformação instalada é de 782 mil MVA e a projeção é que também cresça 17% e alcance 564 mil MVA em dez anos.
O estudo destaca a necessidade de atender à demanda crescente de energia em data centers e em plantas de produção de hidrogênio verde no Brasil.
Segundo a EPE, a alta quantidade de fontes renováveis na matriz elétrica e a grande disponibilidade delas para expansão atrai projetos eletrointensivos.
Em agosto, o Ministério de Minas e Energia (MME) tinha 22 projetos registrados de data centers com pedido de acesso à rede de transmissão. Em junho, quando eram 12, a demanda máxima estimada pela EPE era de 2,5 gigawatts (GW) até 2037.
O caderno do PDE menciona estudos de expansão da transmissão nas regiões metropolitanas de São Paulo e de Campinas, em razão do potencial para instalação de data centers.
Já para a indústria do hidrogênio, há uma concentração no Nordeste. Os nove projetos com processos de conexão protocolados no MME têm demanda acumulada de 35,9 GW até 2038 – valor que corresponde a mais que o dobro do pico de carga atual de toda a região.
A EPE deve começar, neste ano, um estudo sobre a expansão da transmissão com base em cenários de crescimento de cargas de plantas de hidrogênio a médio e longo prazo.
Leilões de transmissão
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou dois leilões de transmissão em 2023 e dois em 2024, sendo o último em 27 de setembro.
Engie, Taesa e Cox Brasil arremataram os três lotes negociados na B3 e vão ser as responsáveis por construir e operar 783 km de linhas de transmissão e subestações em seis estados.
De acordo com a Aneel, os deságios se traduzem em uma economia de R$ 6,8 bilhões para os consumidores de energia.
Para 2025 e 2026, estão previstos três leilões. O próximo acontecerá em outubro do próximo ano, segundo o MME.