Haddad muda programa e fala em referendo sobre pré-sal

Haddad muda programa e fala em referendo sobre pré-sal
Encontro de Fernando Haddad com centrais sindicais em São Paulo. Fotos: Ricardo Stuckert

O candidato do PT à presidência da República, Fernando Haddad, fez algumas alterações no seu programa de governo e afirma que pretende “revogar as medidas de caráter inconstitucional, antinacional ou antipopular editadas pelo atual governo ilegítimo”, em referência ao governo Michel Temer. Uma das ideias é acabar com as mudanças no marco regulatório do pré-sal, leia-se voltar com a operação única da Petrobras na região, criada pelo governo Lula na instituição da partilha da produção, em 2010.

O novo programa de Haddad, que aproxima suas propostas e pode ser uma estratégia para puxar votos do candidato do PDT, Ciro Gomes, afirma que serão encaminhados ao Congresso Nacional as medidas competentes para sua revogação.

“Referendos revocatórios poderão ser necessários para dirimir democraticamente as divergências entre os Poderes Executivo e Legislativo sobre esse entulho autoritário legado pelo governo golpista”, diz o programa de Haddad

A nova proposta de Haddad coloca seu programa em direção totalmente oposta do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, com quem disputa o segundo turno das eleições no próximo dia 28. Bolsonaro afirma que o Brasil – leia-se a Petrobras – não tem recursos para explorar o pré-sal.

“Nós não temos recursos para explorar o pré-sal. Arrebentaram com a Petrobras e daqui a 20, 25, 30 anos a energia vai ser outra”, disse Bolsonaro, em entrevista ao Jornal da Band, falando sobre a possibilidade de privatizações.

O candidato do PT fala em seu programa em recuperar o pré-sal para servir ao futuro do povo brasileiro, não aos interesses de empresas internacionais. Haddad reforça que, no seu possível governo, a Petrobras deve ser fortalecida, o regime de partilha na área do pré-sal deve ser mantido, bem como a política de conteúdo local.

“Tomaremos iniciativas imediatas para recuperar as riquezas do pré-sal, o sistema de partilha e a capacidade de investimento da Petrobras e demais empresas do estado”, diz Haddad.