Combustíveis e Bioenergia

ANP precisa concluir debate sobre enchimento fracionado de botijão de gás, defende Maia

Discussão está em aberto na agência reguladora desde 2018

Diretor da ANP Daniel Maia em entrevista ao estúdio epbr durante o 37º Congresso da Associação Iberoamericana de Gás Liquefeito de Petróleo (AIGLP), no Rio, em 14/3/2024 (Foto: Victor Curi/epbr)
Diretor da ANP Daniel Maia diz que agência está focada em concluir pendências da agenda regulatória do GLP (Foto: Victor Curi/epbr)

RIO – O diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Daniel Maia, disse nesta quinta (14/3) que o órgão regulador precisa concluir em 2024 os assuntos que ainda estão em aberto dentro da atual agenda regulatória do setor de gás liquefeito de petróleo (GLP).

Dentre os assuntos pendentes, o diretor citou a discussão sobre a liberação da venda fracionada do produto. A ANP abriu em 2018 – sem concluir – o debate sobre o debate sobre a permissão para que o cliente encha de forma parcial o botijão, sem ser obrigado a comprar o cilindro cheio.

“Nós não estamos, neste momento, abrindo uma nova discussão. Nós estamos, na verdade, querendo encerrar uma discussão que já está aberta desde 2018″. Inclusive para [eventualmente] dizer: ‘não, não vamos ter [venda fracionada]. Revisar não significa alterar necessariamente”, afirmou Maia, em entrevista ao estúdio epbr, durante o 37º Congresso da Associação Iberoamericana de Gás Liquefeito de Petróleo (AIGLP). Veja na íntegra a entrevista.

A venda fracionada encontra resistência entre os distribuidores de GLP, que alegam que os botijões, hoje, não estão aptos a operarem com preenchimento parcial. Citam também preocupações com a segurança das operações.

Maia conta que o debate tem “várias óticas”, uma delas, justamente, a questão da segurança: “Enchimento fracionado onde? Por quem? Como?”, questionou.

O outro ponto de discussão é o caráter social da medida: o modelo atual impacta particularmente as famílias de baixa renda, mesmo com a criação do auxílio gás.

“Boa parte da população está no dilema entre adquirir o GLP com auxílio gás para cozinhar água ou não adquirir o GLP, pegar lenha para cozinhar feijão [comprado] com o recurso do auxílio gás. Entre feijão e água, a população vai decidir por feijão, mesmo que seja para cozinhar com lenha”, comentou.

Confira a cobertura do estúdio epbr no 37º Congresso da AIGLP