A Volkswagen apresentou nesta quinta (29) detalhes dos seus planos para alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Um deles é a nova meta de reduzir em 40% as emissões de CO2 por veículo na Europa até 2030 — o que representa cerca de 17 toneladas de dióxido de carbono a menos por veículo.
Para isso, a empresa investirá nos próximos cinco anos 14 bilhões de euros em projetos de descarbonização, que incluem um amplo pacote de medidas para acelerar a produção sustentável e o uso de carros elétricos.
“A Volkswagen defende a mobilidade elétrica para todos”, disse Ralf Brandstätter, CEO da Volkswagen, durante convenção da empresa, chamada Way to Zero (Caminho para Zero).
A companhia espera que pelo menos 70% de todas as novas unidades da marca vendidas na Europa até 2030 seja de veículos totalmente elétricos — isto é, mais de um milhão de unidades. O objetivo é alcançar nas próximas décadas a eletrificação total na nova frota.
Já nas Américas do Sul e Norte e na China, a participação dos veículos elétricos nas vendas deverá ser de pelo menos 50% até 2030. Além disso, a Volkswagen se comprometeu a lançar pelo menos um novo veículo elétrico a cada ano.
“Nossa grande ofensiva elétrica foi apenas o começo. Estamos adotando um enfoque holístico para a descarbonização: a partir da produção, seguindo por toda a vida útil até a reciclagem. Somos os primeiros fabricantes de carros a apoiar a expansão das energias renováveis para uma escala industrial”, disse Brandstätter.
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Eletrificação neutra
Para alavancar e consolidar a eletrificação neutra no segmento automobilístico, a companhia vem fechando contratos com usinas solares e eólicas ainda em construção na Europa.
Segundo a empresa, veículos carregados com energia renovável podem reduzir pela metade suas emissões de CO2, na comparação com fontes da atual matriz elétrica da União Europeia.
Os primeiro contrato foi assinado com a alemã RWE, empresa de energias renováveis, que está construindo uma usina solar com capacidade total de 170 milhões de kWh por ano, no nordeste da Alemanha. Aproximadamente 420 mil módulos solares devem começar a operar no final deste ano.
Além dos veículos, a montadora alemã vem adotando práticas para descarbonizar sua produção e cadeia de fornecedores. Na Europa, todas as fábricas já utilizam eletricidade de fontes renováveis. A empresa prevê que a partir de 2030 todas as unidades de fabricação do mundo, exceto na China, passem a operar inteiramente com eletricidade verde.
A partir de agora, a companhia se compromete a tornar as emissões de CO2 um critério fundamental na concessão de contratos aos fornecedores, garantindo a redução da pegada de carbono na cadeia de suprimento.
Paralelamente, a empresa está trabalhando para a reciclagem sistemática de baterias, que permitirá no futuro um reaproveitamento de 90% das matérias-primas.
O CEO da companhia também destacou o papel da sociedade em conjunto com o setor privado e governos na transição rumo à economia verde.
“No futuro, empregados, clientes e investidores darão preferência para empresas que colocam sua responsabilidade social e ambiental no centro de seus negócios. Assim, a sustentabilidade será um fator crucial no sucesso corporativo”, afirmou Brandstätter.
“A Volkswagen, porém, não pode levar sozinha a descarbonização da mobilidade. O governo, a indústria e a sociedade precisam se unir para desenvolver boas ideias e realizar investimentos corajosos”, concluiu.
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