Rio e BH entram para lista de cidades líderes em transparência climática

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Diálogos da Transição

apresentada por

Quem faz
Felipe Maciel, Gabriel Chiappini, Guilherme Serodio e Larissa Fafá
Editada por Gustavo Gaudarde
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Rio e BH entram para lista de cidades líderes em transparência climática

Belo Horizonte e Rio de Janeiro se uniram a outras 103 cidades nota A na lista do Carbon Disclosure Project (CDP) de 2019, que reúne uma população combinada de 170 milhões de pessoas. As cidades lideram a transição para um futuro mais sustentável – e seguro do ponto de vista climático.

Rio de Janeiro é destaque na produção de biogás. O CDP aponta que a cidade tem a meta ambiciosa de neutralizar por completo suas emissões até 2050.

Esse objetivo, divulgado em fevereiro do ano passado, envolve aumentar a produção de biogás a partir do lixo acumulado no aterro sanitário de Seropédica, cidade vizinha, que recebe 10 mil toneladas de lixo produzido pelos cariocas todos os dias.

O CDP calcula que a captura do biogás no aterro permitiu à cidade do Rio reduzir em cerca de 30% as emissões de metano em 2017. O volume equivale às emissões de 256 mil carros em um ano.

A cidade também têm, desde 2011, uma Lei de Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável, que estabelece metas e exige planejamento para ações de adaptação. No radar da política climática carioca, estão os créditos de carbono, previstos nos Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), do Protocolo de Kioto.

Em Belo Horizonte, foco na qualidade do ar. O Plano Estratégico BH 2030 traz metas para garantir, no mínimo, 83% de dias no ano com ar classificada como bom. Para isso, prevê a redução em 20% das emissões de gases de efeito estufa (GEE), em relação a curva projetada, antes das iniciativas, até o fim da década.

Além da redução de emissões, o plano traz oito metas, para aumentar a resiliência da cidade frente às mudanças climáticas:

  • Manter o fornecimento universal de água potável; reduzir o índice de desperdício e perda de água tratada de 36,5% (2013) para, no máximo, 18%;
  • Universalizar o acesso às redes de esgoto; e elevar o nível de tratamento de esgoto sanitário de 86,4% (2014) para 100%;
  • Universalizar a coleta domiciliar de resíduos sólidos; ampliar a reciclagem de resíduos urbanos de 1% para 15% do total coletado;
  • Ampliar as áreas de preservação, proteção e de interesse ambiental, pelo menos, para 20 m² por habitante;

Os compromissos e metas estão listados no questionário do CDP, enviados pelas prefeituras do Rio de Janeiro (.pdf) e Belo Horizonte (.pdf).

O CDP é uma organização sem fins lucrativos, voltada para investidores, que atua no reconhecimento de oportunidades de investimentos relacionadas à mitigação das mudanças climáticas. O CDP mantém um sistema internacional de divulgação de dados de empresas e regiões, para ajudar a medir riscos e oportunidades. Atualmente, 850 cidades divulgam informações ambientais por meio da sua plataforma.

O CDP atua junto a mais de 520 investidores, com mais de US$ 96 trilhões investidos em projetos, que precisam provar a redução do impacto climático, a melhoria segurança hídrica e a preservação de florestas.

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Sudoeste Asiático na rota do mercado de etanol

Representantes da Unica embarcam este mês para um road show na Índia – onde a associação acompanhou a recente visita do presidente Bolsonaro –, no Paquistão e na Tailândia, para promover o etanol brasileiro, com foco em processos regulatórios, qualidade do ar e saúde pública.

“Entendemos que para o etanol se viabilizar globalmente precisa se produzido em outros lugares para fazer jus à [demanda por] segurança energética”, afirmou Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), em entrevista exclusiva à epbr.

No caso da Índia, Gussi acredita ser possível elevar a participação do etanol no mercado, de 6% para 10% em 2022, e depois para 20% em 2030 – o país prevê um aumento da sua frota em mais de 100 milhões de carros até o fim da década. “Temos feito um trabalho estimulando o consumo e a produção indiana”.

Há tempos, fala-se no Brasil em transformar o etanol em uma “commodity global”, termo usado pelo atual ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, quando esteve em janeiro, na Índia. Retoma uma ideia que era defendida pelo ex-presidente Lula, em 2007, quando o debate da vez era a concorrência entre etanol e produção de alimentos.

Hoje o Brasil produz mais de 30 bilhões de litros de etanol por ano e a Unica prevê que a aplicação do RenovaBio vá garantir uma produção anual de 50 bilhões de litros em 2030 – aliás, Gussi também fala sobre o recente aprovação em uma comissão do Senado de um projeto de lei proibindo a fabricação de carros movidos a combustíveis fósseis em 2030.

Em epbr, Transição energética exigirá convivência com a gasolina na próxima década, afirma Evandro Gussi

E falando em RenovaBio, o programa está cada vez mais próximo de sua operacionalização. São 34 produtores nacionais de biocombustíveis autorizados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a emitir créditos de descarbonização (CBIOs). E outras 204 usinas com pedidos de certificação em análise junto à agência, 85 em fase final.

PPPs para iluminação pública com BNDES

A Ilumisul Soluções Urbanas e Luminotécnica apresentou o menor preço na licitação do BNDES para a modelagem da Parceria Público-Privada (PPP) para modernização, eficiência, expansão, operação e manutenção de redes municipais de iluminação pública.

Com a concorrência, o BNDES dá os primeiros passos para atender as prefeituras de cidades com mais de 400 mil pontos de luz, que poderão se inscrever para ter as PPPs desenvolvidas com apoio do banco.

Atualmente, o BNDES possui oito cidades em sua carteira de PPPs para iluminação pública, de menor porte, com menos de 400 mil pontos de luz. Os projetos estão nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

Curtas

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançou nesta quinta (20) uma nota técnica sobre a geração de energia solar fotovoltaica flutuante. Uma das conclusões é que os sistemas ainda são caros e como não há escassez de terra no Brasil para sistemas convencionais, a solução flutuante perde competitividade – mas também tem benefícios técnicos e econômicos que não devem ser desprezados.

O plano do governo do Rio de incentivar a instalação de térmicas a gás natural, com benefício fiscal, gerou um impasse entre o Palácio Guanabara, Ministério da Economia e a Alerj, onde a relação com Wilson Witzel (PSC) não é das melhores – o caso dos dossiês.

Pois bem, com base nas regras da recuperação fiscal do estado, o Ministério da Economia determinou a revogação do decreto de Witzel em 30 dias. Não deu tempo. A Alerj derrubou a medida e agora vai discutir um novo projeto de lei.

A Audi e a Engie vão investir R$ 10 milhões para elevar de 344 para 544 os pontos de recarga de carros elétricos no Brasil. Ocorre que a Audi vai lançar um modelo novo, o e-tron, SUV 100% elétrico que chega em abril. Por enquanto, o mercado de luxo está puxando a infraestrutura – o novo modelo custa R$ 460 mil, na pré-venda.

Em outubro, Audi, Porsche, Volkswagen e EDP anunciaram a instalação de 30 estações de recarga em São Paulo. Informações do G1.

Nos EUA, o mercado de energia dá sinais de estar entrando em um novo ciclo de transformações. A indústria de gás natural, que derrubou os preços da energia no país, dá sinais de esgotamento. O Financial Times destacou que o risco de inadimplência das empresas de shale gas é crescente e reflete na nota de crédito das agências de risco.

Com o carvão perdendo espaço, é impulso para as renováveis, projetadas para se tornar a principal fonte de energia elétrica do país, na década de 2040.

Aliás, a Wood Mackenzie lançou esta semana um relatório mostrando que o pico da produção do tight oil já passoue a bacias não convencionais que ajudaram os EUA a se tornar exportar líquido de óleo, vão entregar cada vez menos.

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