O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), segue na China, em uma série de agendas bilaterais com executivos chineses de empresas nos setores de energia, mineração e mobilidade. A agenda antecede a visita oficial de Lula (PT) à China, prevista para o mês que vem.
Nesta terça (22/4), foi recebido em Xangai por executivos do China Baowu Steel Group Corporation e da Vale. O grupo chinês é o maior cliente da mineradora brasileira e pretende aprofundar a colaboração em soluções de baixo carbono para a cadeia produtiva do aço.
Durante a reunião, o ministro destacou o compromisso do Brasil em consolidar sua presença no maior mercado de minério de ferro do mundo, ao mesmo tempo em que busca inovação e sustentabilidade.
Há um memorando de entendimento firmado entre a Baowu Steel e a Vale, em 2021, que prevê o desenvolvimento conjunto de biocarvão para uso em altos-fornos, substituindo fontes fósseis por materiais neutros em carbono. Também estão em andamento tratativas para um possível investimento da Vale em uma planta piloto de biocarvão da Baowu.
Mobilidade elétrica e baterias
No domingo (20/4), Silveira e o vice-presidente da BYD na América Latina, Oscar Su, se reuniram para alinhar investimentos de expansão de carros elétricos e de soluções de baterias para estabilização do Sistema Interligado Nacional (SIN) no Brasil.
“Esses recursos são fundamentais para que o Brasil fortaleça sua liderança dentro da transição energética global, transformando ainda mais a nossa energia e a nossa mobilidade”, disse Silveira.
O ministro está na China para, segundo a pasta, atrair investimentos em carros elétricos, baterias e data centers para o Brasil.
“Nosso país reúne condições únicas para liderar esse processo, com uma matriz elétrica majoritariamente limpa e potencial tecnológico crescente. Estamos empenhados em buscar as melhores experiências internacionais para transformar esse potencial em oportunidades concretas para todos os brasileiros”, disse Silveira.
Silveira discute armazenamento com Huawei
Também no domingo (20), o ministro encontrou-se com executivos da Huawei para, segundo a pasta, discutir o uso de tecnologias de armazenamento de energia, especialmente baterias, no setor energético do Brasil.
Entre os executivos estavam o diretor-presidente da Digital Power, Hou Jinlong, e a chefe do setor de Petróleo e Gás da Huawei Enterprise BG, B.A. Li Yangming, que apresentaram a Silveira também carregadores ultrarrápidos para veículos elétricos e sistemas fotovoltaicos inteligentes.
“Durante a reunião […] foram discutidas soluções tecnológicas de última geração, como os sistemas de armazenamento de energia por baterias (BESS, na sigla em inglês)”, disse o MME em nota.
Silveira afirmou que o ministério quer “impulsionar parcerias que ajudem a tornar o sistema elétrico brasileiro mais moderno, limpo e eficiente, com destaque para o papel das baterias na estabilidade e confiabilidade da nossa matriz”.
Segundo o MME, ainda neste ano deve ocorrer o primeiro leilão de baterias no Brasil. “A iniciativa deverá estimular a adoção em larga escala de sistemas de armazenamento, garantindo maior flexibilidade e segurança ao sistema elétrico, especialmente em momentos de pico de demanda ou instabilidade climática”, disse o Ministério.
Ainda de acordo com a pasta, a agenda de Silveira na China tem como objetivo identificar tecnologias com potencial de aplicação no contexto brasileiro, com foco em acelerar a transição energética.
Nuclear e renováveis
O chefe do MME também foi recebido por executivos da estatal China General Nuclear Power Group (CGN Power), terceira maior companhia de energia nuclear do mundo, que também desenvolve projetos de energia eólica e solar no Brasil.
No encontro, o ministro citou as grandes reservas brasileiras de urânio e quer articular parcerias internacionais para o melhor aproveitamento do potencial nuclear brasileiro.
A estatal chinesa, referência mundial no setor, também é um importante player em projetos eólicos e solares no Brasil, como o hub de energia renovável no Piauí. O projeto foi incluído no Novo PAC do Governo Federal e foi preliminarmente recomendado para o portfólio de projetos de cooperação sino-brasileira pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC).
Além do hub no Piauí, a CGN Brasil opera sete complexos eólicos e três solares, distribuídos pelos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Também estão em desenvolvimento projetos de energia solar em Minas Gerais e iniciativas voltadas à produção de hidrogênio verde na Bahia.
O ministro também se reuniu com a presidente do New Development Bank (NDB), Dilma Rousseff, para discutir estratégias de ampliação de investimentos em infraestrutura energética no Brasil, com foco em fontes renováveis. A parceria com o banco do Brics é negociada para impulsionar projetos de infraestrutura energética, com foco em transição.
Com informações da Agência Estado.
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