Política energética

Governo planeja impulsionar exportações de veículos com segunda fase do Rota 2030

De acordo com o secretário do MDIC Uallace Moreira a previsão é que as novas regras do programa sejam lançadas nas próximas semanas

Abertura do evento Renault E-Tech 100% Electric Days (Foto: Divulgação Renault)
Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC (Foto: Divulgação Renault)

BRASÍLIA – O secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, afirmou que a segunda fase do programa Rota 2030 vai aproximar empresas nacionais e estrangeiras para impulsionar as exportações no Brasil.

“A nova fase estimula a aproximação entre os atores do ecossistema inovacional para fazer com que o Brasil tenha capacidades construídas com empresas nacionais e estrangeiras que corroborem a exportação da tecnologia”, disse Moreira, na abertura do evento Renault E-Tech 100% Electric Days nesta quinta (21/6).

De acordo com o secretário, a previsão é que as novas regras do programa sejam lançadas nas próximas semanas. 

“Nas próximas duas semanas, no máximo, o ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin vai anunciar o programa de mobilidade verde Rota 2030”, comentou.

A iniciativa do governo federal busca fomentar investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) na indústria automobilística brasileira e promover a adoção de biocombustíveis e tecnologias limpas em veículos.

Segundo dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por verificar o cumprimento das ações de P&D do Rota 2030, mais de 2 mil projetos de 93 entidades serão analisados, abrangendo o período de 2018 a 2021.

De 2019 a 2021, as empresas já investiram quase R$ 12 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, com valores de R$ 3,48 bilhões em 2019, R$ 3,6 bilhões em 2020 e R$ 4,87 bilhões em 2021.

Rotas de descarbonização

O secretário voltou a reforçar que a pasta não vai priorizar uma única rota tecnológica de descarbonização no segundo ciclo do Rota 2030.

“Agora, dentro de um projeto de neoindustrialização, nós entendemos que esse programa não deve se limitar apenas ao setor automotivo. Um programa de descarbonização deve ser estrutural e estar aberto para todas as rotas tecnológicas”, declarou Moreira.

O governo quer marcar uma presença mais significativa no mercado internacional. De acordo com o secretário, o programa vai “colocar o Brasil na fronteira tecnológica”, promovendo a “exploração das vantagens competitivas que o Brasil tem”.

Integração estratégica

O novo Rota 2030 estabelecerá uma comunicação com outras políticas governamentais, como o Combustível do Futuro, o RenovaBio e o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV). 

Um dos objetivos do programa é promover a integração, sob uma perspectiva de eficiência energética, com o RenovaBio, através da aplicação do conceito de poço à roda, que engloba a análise das emissões ao longo de todo o ciclo de vida dos combustíveis. 

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) será responsável por estabelecer os critérios para a apuração do cumprimento das metas estipuladas neste segundo ciclo do Rota 2030.