Veículos elétricos

Brasil precisa modernizar infraestrutura e regulação para eletrificar frota, aponta Thymos

Estudo indica barreiras técnicas, econômicas e regulatórias para acelerar a transição da mobilidade elétrica no Brasil

Entrega de 100 novos ônibus elétricos para a cidade de São Paulo (Foto Edson Lopes Jr./Secom)
Entrega de 100 novos ônibus elétricos para a cidade de São Paulo (Foto Edson Lopes Jr./Secom)

CAMPINAS — O Brasil precisa modernizar sua infraestrutura e regulação para acelerar a eletrificação da frota, aponta estudo da Thymos Energia sobre mobilidade elétrica (.pdf) divulgado nesta segunda-feira (8/9).

Segundo o COO da consultoria, Luiz Vianna, a modernização da infraestrutura elétrica precisa de digitalização das redes, descentralização da geração e adoção de tecnologias.

“É preciso investir em carregamento inteligente e intercâmbio de energia entre veículos e a rede, por exemplo. Portanto, a evolução da eletromobilidade exige planejamento, integração e investimentos coordenados de múltiplos atores — poder público, indústria automotiva, empresas de energia e consumidores. Ou seja, uma transformação intensa do setor elétrico nacional”, comenta o executivo.

O estudo também indica a necessidade de revisão do modelo tarifário brasileiro, para incorporar novas realidades, como o horário de recarga e a autonomia dos veículos elétricos.

“É necessário buscar soluções regulatórias que considerem receitas por serviços de plataforma, mecanismos de ajustes de desempenho das distribuidoras e maior flexibilidade tarifária”, afirma Vianna.

A reforma do setor elétrico, inicialmente prevista na medida provisória 1300/2025, migrou para a MP 1304/2025, que aguarda relatório do senador Eduardo Braga (MDB/AM).

O levantamento da Thymos classifica como lenta a velocidade da expansão dos eletrificados na frota brasileira em comparação com outros países e regiões, como China e Europa.

Apesar de em 2024 as vendas terem aumentado 85% com relação a 2023, menos de 7% dos veículos licenciados no ano passado foram elétricos, o que, segundo a consultoria, evidencia que o país ainda está no estágio inicial da transição.

O estudo lista entre as principais barreiras para a difusão dos eletrificados o alto custo de aquisição e de baterias, a alta tributação sobre veículos elétricos, a complexidade tributária e a infraestrutura de carregamento insuficiente.

A mobilidade elétrica pública brasileira é impactada por esse cenário. De acordo com a Thymos, menos de 1% da frota de ônibus coletivos nacional é elétrica — são cerca de mil ônibus elétricos. Já o Chile tem a maior frota da América Latina, com cerca de 2,6 mil veículos.

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