LYON (FR) — O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou um financiamento de US$ 248,3 milhões, equivalente a cerca de R$ 1,4 bilhão, para a eletrificação da frota de ônibus do município de São Paulo.
A Lei de Mudanças Climáticas de 2018 da cidade prevê que devem ser adotadas “reduções graduais e significativas na emissão de poluentes” da frota de serviços públicos até o corte de 100% das emissões de CO2 em 2038.
No momento, a capital paulista tem 527 veículos elétricos e tem a meta de incorporar 2,2 mil movidos a energia limpa entre 2025 e 2028. A cidade tem 7 milhões de passageiros de ônibus e uma frota de mais de 12 mil veículos.
O financiamento também auxiliará na melhoria da gestão do sistema de ônibus na cidade. O crédito do banco tem um prazo de amortização de 15 anos e carência de seis anos.
Dificuldade no cumprimento da meta
Em fevereiro, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que “não tem como garantir” que até 2028 metade da frota de ônibus da capital seja movida à eletricidade, como previa a lei municipal antes de ser alterada.
Ele argumentou que a indústria não conseguiria produzir a quantidade necessária de veículos elétricos e que a Enel, concessionária distribuidora de energia na capital, não teria condições de garantir o abastecimento desses veículos.
Em resposta, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) disse que “a indústria brasileira de ônibus elétricos e componentes tem total condição tecnológica e operacional de produzir os ônibus elétricos requeridos pelas metas anuais de descarbonização da frota da cidade de São Paulo”.