JUIZ DE FORA — A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) autorizou o início da segunda fase do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) do setor aquaviário, com foco na obtenção de dados primários diretamente de portos, terminais e Empresas Brasileiras de Navegação (EBNs).
De acordo com a agência reguladora, a nova rodada incluirá detalhes das operações portuárias e inventários completos dos terminais, além de incorporar os dados ao painel interativo do inventário, permitindo consulta e exportação em diferentes formatos.
A série histórica será ampliada para contemplar o período de 2021 a 2024.
A Antaq prevê a entrega de um relatório técnico com o mapeamento das fontes emissoras, classificadas em diretas e indiretas, com margens de erro calculadas para cada grupo.
Também serão desenvolvidos indicadores setoriais com base em normas da ABNT e nas diretrizes do Programa Brasileiro GHG Protocol, com destaque para eficiência de emissões por tipo de carga e a proporção de energia renovável usada nas operações.
Segundo a agência, a atualização busca reforçar o alinhamento com as metas nacionais e internacionais de descarbonização do transporte marítimo, incluindo os compromissos assumidos junto à Organização Marítima Internacional (IMO).
O projeto conta com apoio técnico da Confederação Nacional do Transporte (CNT), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Eletrobras — que irá colaborar com estudos sobre energia renovável e sistemas OPS (On-Shore Power Supply) nos portos —, além da ABNT, que atuará na certificação dos processos.
A deliberação foi tomada na última reunião ordinária da agência, que espera iniciar a ainda neste mês a coleta de dados.
Em maio de 2025, a Antaq lançou o primeiro inventário de emissões de gases de efeito estufa do setor aquaviário, durante reunião ministerial dos Brics sobre transportes.
O levantamento incluiu dados sobre dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, com recorte por categoria da embarcação e tipo de carga.
O documento (veja na íntegra .pdf) mostra que as emissões na cabotagem e navegação interior caíram 7,68% entre 2021 e 2023, de 2,99 milhões para 2,76 milhões de toneladas de carbono.
Na ocasião, a agência também publicou um guia de descarbonização com diretrizes para o setor e aderiu a uma declaração conjunta com os Brics, priorizando ações para reduzir as emissões no transporte marítimo e portuário.