O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Gutteres, afirmou nesta segunda-feira (16/11) que 2021 deve ser o ano do grande salto para a neutralidade do carbono no planeta.
Guterres defendeu no Twitter que o tempo dos subsídios aos combustíveis fósseis acabou e que o mundo deve eliminar gradualmente o uso do carvão como fonte de energia e fixar um preço para o carbono.
Seis ações defendidas pelo diretor-geral da ONU para governos
- Investimentos em empregos verdes
- não socorrer indústrias altamente poluentes, especialmente o setor de carvão
- acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis
- precifiquem o carbono
- considerem o risco climático em todas as decisões econômicas e políticas
- trabalhar juntos e de forma solidária; e, mais importante, não deixem ninguém para trás
A postagem na rede social vem na esteira da confirmação da eleição de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos, o que deve marcar uma importante guinada na postura da maior potência global em relação às mudanças climáticas, incluindo o foco na promoção de energia limpa.
The time of fossil fuel subsidies is over.
Coal must be phased out. Carbon should be given a price.
2021 must be the year of a great leap towards carbon neutrality.
— António Guterres (@antonioguterres) November 16, 2020
Neste domingo (15), Guterres divulgou um vídeo defendendo que a reconstrução econômica seja verde, com uma ação climática ambiciosa.
Pediu que países desenvolvidos cumpram o acordo de destinar US$ 100 bilhões ao ano para ajudar com a mitigação às mudanças climáticas nas nações em desenvolvimento e afirmou que é preciso criar o ambiente para deslocar recursos privados contra os impactos das transformações do clima.
Ele ainda frisou que os governos não foram eficientes em criar impostos e marcos regulatórios para estimular o setor privado a adotar ações climáticas mais contundentes. “Temos que garantir que cada país, cidade, empresa, banco e organização internacional tenha um plano de transição para chegar à emissão zero”, pediu.
Efeito Biden
Na semana passada, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), Fatih Birol, afirmou, também pela rede social, que a eleição de Biden pode acelerar a transição global para energia limpa.
Biden deve retomar regras mais rígidas de controle de emissões na geração de energia e prometeu colocar os EUA de volta ao Acordo de Paris “em exatos 77 dias” a partir do começo de seu governo. A estratégia deve atingir fortemente a indústria do carvão nos EUA.
A nova postura presidencial deve contrariar a desregulamentação promovida no setor de energia na presidência do republicano Donald Trump. Enquanto candidato, Trump mantinha em sua plataforma de governo a promessa de expandir a geração de energia a partir do carvão e, inclusive, promover a exportação de um modelo de geração que considerava mais eficiente.
Apostava nas economias do sudeste asiático que ainda concentram grande parte de sua matriz energética na geração a carvão, especialmente a Índia..
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