Internacional

Toyota anuncia US$ 624 mi para impulsionar produção de elétricos na Índia

Segundo o grupo, o objetivo é tornar a Índia autossuficiente na produção de veículos elétricos

Toyota anuncia investimentos para produção de elétricos na Índia. Na imagem, carro híbrido plug-in Toyota Prius exibido durante 12ª Exposição Automotiva Internacional de Pequim
Carro híbrido plug-in Toyota Prius exibido durante 12ª Exposição Automotiva Internacional de Pequim (Foto: Toyota/Divulgação)

RECIFE — O grupo Toyota na Índia anunciou no sábado (7/5) a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) com o governo de Karnataka para investir cerca de US$ 624 milhões em tecnologias verdes, que ajudarão a diminuir a dependência de combustíveis fósseis e mitigar as emissões de carbono.

Como parte do MoU, o grupo investirá na produção local de peças e componentes para veículos elétricos, atendendo à demanda por eletrificados do país. O projeto faz parte do Desafio Ambiental Toyota 2050.

Segundo o grupo, o objetivo é tornar a Índia autossuficiente na produção de veículos elétricos, impulsionando o ecossistema de manufatura local e estimulando o crescimento da base de fornecedores.

“A Toyota está comprometida em aumentar o ritmo de eletrificação e fortalecer a produção doméstica com o ‘Make in India’.  A assinatura do memorando de entendimento é um marco importante em termos de inaugurar investimentos em larga escala para fazer cortes mais profundos nas emissões de carbono, maior geração de empregos”, diz Vikram S. Kirloskar, vice-presidente da Toyota Kirloskar Motor.

Os investimentos também visam mercados globais.

“Nosso objetivo é construir ‘Novo Karnataka para a Nova Índia’ criando novos municípios e corredores industriais do século XXI. Queremos fazer de Karnataka um centro global de cadeia de suprimentos e manufatura sob nossa missão ‘Build for the World’ (construir para o mundo)”, afirma o ministro-chefe de Karnataka, Shri Basavaraj Bommai.

Em novembro passado, durante a COP26, o governo indiano firmou compromisso de tornar o país neutro em carbono até 2070.

Quarta maior emissora global, a Índia respondeu por 7% das emissões de CO2 em 2019. Para conseguir alcançar a meta, o governo tem apostado na descarbonização do setor siderúrgico e no desenvolvimento de energia eólica offshore.

A contribuição nacionalmente determinada (NDC) da Índia prevê aumentar a capacidade de energia não fóssil para 500 gigawatts (GW) até 2030 — hoje é de pouco mais de 151 GW.

Também planeja fabricar cinco milhões de toneladas de hidrogênio verde por ano até 2030, para atender o mercado interno e exportar.

Acordo bilateral para etanol

No final de abril, a Associação dos Fabricantes dos Automóveis Indianos (Siam) assinou um memorando de entendimento com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), do Brasil. A ideia é estabelecer uma cooperação bilateral para promover o etanol e suas misturas no setor automotivo.

As associações vão desenvolver um Centro Virtual de Excelência (CoE) e uma série de iniciativas focadas em políticas para reduzir os níveis de emissão de gases de efeito estufa a partir do uso de etanol. Para isso, será utilizada avaliação do ciclo de vida da fonte energética, desde o cultivo ao produto que chega ao consumidor.

O MoU também estabelece o intercâmbio de informações sobre biomassa para bioenergia e acesso ao mercado e sustentabilidade dos biocombustíveis.

A parceria tem como  pano de fundo temas vinculados à qualidade do combustível, compatibilidade de materiais, regulamentação do mercado, distribuição e armazenamento, além da utilização de veículos flex fuel, com motores a combustão que funcionam tanto com gasolina como com etanol, a qualquer proporção.

“O CoE será um portal de conhecimento, um hub que reunirá informações importantes e atualizadas sobre avanços tecnológicos, normas técnicas, regulamentos, políticas públicas e sustentabilidade relacionados à biomassa e bioenergia”, informou o presidente da Unica, Evandro Gussi.

O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, depois dos Estados Unidos, e abriga a maior frota mundial de carros que utilizam etanol como combustível.

Já a Índia, que também tem um forte foco na área de biocombustíveis, antecipou em cinco anos (até 2025) a meta de atingir 20% de mistura de etanol na gasolina. O país é o segundo maior produtor de açúcar do mundo, depois do Brasil, e tem potencial para converter o estoque excedente de açúcar em etanol. Até o final de 2022, a Índia pretende chegar à adição de 10% de etanol à gasolina.

No final do ano passado, o governo indiano anunciou que iniciará, a partir do segundo semestre de 2022, a produção de carros com motores flex fuel, tecnologia brasileira que permite a utilização de 100% de etanol nos veículos, ou a mistura de qualquer percentual do biocombustível com o seu equivalente fóssil.