Diálogos da Transição

Toyota anuncia investimentos em híbridos no Brasil; BYD inicia obras na Bahia

Montadoras planejam investimentos em tecnologias elétrica, híbrida e de biocombustíveis no Brasil

Toyota anuncia investimentos em híbridos no Brasil em plano de R$ 11 bilhões até 2030; BYD inicia obras na Bahia de seu primeiro complexo fabril fora da Ásia. Na imagem: Realização de teste em veículo híbrido plug-in flex da Toyota, modelo SUV RAV4 na cor cinza (Foto: Divulgação)
Teste do modelo RAV4, SUV híbrido plug-in flex da Toyota (Foto: Divulgação)

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Editada por Nayara Machado
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O CEO da Toyota para a América Latina e Caribe, Rafael Chang, confirmou, nesta terça (5/3), o plano de investimentos de R$ 11 bilhões no Brasil até 2030, com parte do aporte direcionado à ampliação da capacidade de produção de veículos híbridos flex.

O anúncio ocorreu durante evento em Sorocaba (SP) de comemoração dos 66 anos da montadora japonesa no Brasil.

Segundo comunicado da empresa, a intenção é manter a liderança no país em eletrificação e exportações.

A Toyota está no topo do ranking brasileiro de vendas de eletrificados com os modelos híbridos flex (tecnologia que combina eletrificação e a possibilidade de abastecer com gasolina ou etanol). Em 2023, dos 94 mil carros elétricos vendidos no Brasil, 21 mil foram da japonesa. Em seguida vêm as chinesas BYD (18 mil), Caoa Cherry (12 mil) e GWM (11 mil).

Dos R$ 11 mil previstos até 2030, R$ 5 bilhões já estão confirmados até 2026 e incluem a produção de um novo veículo compacto híbrido flex anunciado no ano passado, que deve começar a ser produzido em 2025.

Também está previsto um outro modelo com a mesma tecnologia, desenvolvido especialmente para o Brasil.

Ambos serão revelados oportunamente, diz a montadora, afirmando que o plano de investimentos está alinhado com as políticas Nova Indústria Brasil e Mover, recém lançadas pelo governo Lula.

Expansão em Sorocaba

O plano é ampliar o parque fabril de Sorocaba (SP), que atualmente funciona a plena capacidade, o que a Toyota atribui à elevada procura, no mercado nacional e internacional, por veículos eletrificados produzidos no Brasil.

Está prevista a construção de novas instalações que vão absorver, gradualmente, as operações de Indaiatuba (SP), a partir de meados de 2025, com conclusão prevista para o final de 2026.

Com o aumento da capacidade de produção e a introdução de novos modelos eletrificados, a Toyota espera atrair também novos fornecedores de peças, componentes e sistemas.

“Nossos investimentos vão promover o desenvolvimento da cadeia de fornecedores de componentes para veículos eletrificados, apoiando assim o processo de descarbonização da mobilidade no país e em toda a região da América Latina”, afirma Evandro Maggio, presidente da Toyota do Brasil.

Um exemplo é a montagem do motor do sistema híbrido em 2025, na planta de Porto Feliz (SP). Como próximo passo, a montagem de baterias será realizada na fábrica de Sorocaba a partir de 2026, para equipar os veículos híbridos já produzidos localmente. “Isso resultará no aumento do valor agregado e do conteúdo local”, diz Maggio.

Fábrica da BYD começa a sair do papel

Enquanto isso, na Bahia, a chinesa BYD anunciou o início das obras de sua primeira fábrica de carros elétricos no Brasil.

O complexo será construído do zero, em uma área que faz parte do terreno antes utilizado pela Ford.

Segundo a montadora, será seu maior polo industrial fora da China. o investimento é de R$ 3 bilhões e a BYD quer produzir do lítio ao carro elétrico.

Em entrevista à agência epbr em janeiro de 2024, o presidente do Conselho da BYD Brasil, Alexandre Baldy, disse que a intenção é “fazer do Brasil um hub regional na América Latina”.

A estratégia também está alinhada com as recentes decisões do governo federal, que esperam desenvolver a cadeia produtiva nacional e acelerar o processo de descarbonização da frota brasileira.

Além disso, o executivo afirma que a aprovação do Congresso Nacional pela manutenção, até 2032, dos incentivos para o setor automobilístico no Nordeste na reforma tributária, contribuíram para solidificar a decisão de investimentos na Bahia.

A expectativa é iniciar a produção dos eletrificados entre o fim de 2024 e o início de 2025, com capacidade instalada próxima de 150 mil veículos por ano durante a primeira fase de implantação.

Cobrimos por aqui:

Curtas

Conselho de Segurança Climática

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) deve lançar, ainda este ano, o Conselho de Segurança Climática, que espera reunir autoridades das esferas federal, estadual e municipal e atores da sociedade de civil para discutir ações sobre o tema, afirma Carlos Alexandre Príncipe, especialista em políticas públicas da pasta.

Formalização do Conselho aguarda decisão da Casa Civil. O grupo também deverá ser responsável por avaliar as ações dos três poderes, Judiciário, Legislativo e Executivo, que estejam alinhadas com o objetivo do país em alcançar as metas climáticas para cumprimento do Acordo de Paris.

GD em busca de financiamento

A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de vetar a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio (CRIs e CRAs) para financiar a geração distribuída de energia tirou uma das principais fontes de financiamento do setor. Agora, os projetos desse segmento, quase todos de energia solar, aguardam a regulamentação das novas debêntures de infraestrutura.

Mulheres de Gaza

A ONU Mulheres estima que 9 mil mulheres foram mortas pelas forças israelenses desde o início da guerra, há quase cinco meses. No entanto, o número provavelmente será maior, já que muitas pessoas morreram sob escombros e estão desaparecidas. Sem o cessar-fogo e mantido o ritmo atual, uma média de 63 mulheres continuarão a ser mortas todos os dias. São cerca de 37 mães assassinadas diariamente.

El Niño perde força

O fenômeno climático natural, associado à interrupção dos padrões de vento, começou a perder força, mas continuará alimentando temperaturas acima da média em todo o mundo, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM).