Biocombustíveis

Relatório do Combustível do Futuro representa grande avanço no Senado, afirma Alceu Moreira

Líder da FPBio elogia exclusão do diesel coprocessado do texto, que busca rápida aprovação no Senado

Alceu Moreira toma posse como presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio), em 22/3/2023 (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)
Alceu Moreira disse que se empenhará pela rápida aprovação no retorno à Câmara (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

BRASÍLIA – O presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio), deputado Alceu Moreira (MDB/RS), classificou o relatório de Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB) sobre o PL do Combustível do Futuro (PL 528/2020) como “um grande avanço”.

Em nota publicada após apresentação do relatório, Moreira disse ainda que se empenhará pela rápida aprovação no retorno à Câmara.

O governo vinha defendendo que o texto aprovado pelos deputados fosse mantido e buscava, nos bastidores, dar garantias aos agentes econômicos que inseguranças poderiam ser tratadas na regulamentação.

Vital do Rêgo, por sua vez, sinalizava que faria alterações. Ele modificou diversos pontos, mas atendeu o pedido dos produtores de biodiesel ao não incluir o diesel coprocessado com óleo vegetal como uma rota elegível no novo mandato de diesel verde.

Em nota, Alceu Moreira também ressaltou a “capacidade de diálogo e articulação” de Veneziano, que “demonstrou verdadeiro compromisso e espírito público com a agenda de desenvolvimento sustentável do país”.

O parecer será discutido na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal na próxima terça (20/8).

A casa vai operar de forma semipresencial, mas havendo consenso é possível levar rapidamente ao plenário. Rodrigo Pacheco (PSD/MG) deu garantias que há espaço na pauta para o projeto.

A inserção do coprocessado no projeto de lei daria garantias legais para a Petrobras de participar da demanda reservada aos biocombustíveis no mercado de diesel brasileiro, que supera os 60 bilhões de litros por ano.

É uma agenda que encontra apoio em áreas técnicas do governo federal e em outros elos da cadeia.

Distribuidoras de combustíveis reunidas no Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) defendem a inserção.

Acomodar no novo mandato do diesel verde, inclusive, já seria um meio-termo, dado que a defesa do setor é pela liberação das rotas.

O governo Lula apoiou, contudo, a agroindústria. O acordo na Câmara, que não incluía o coprocessado, foi fechado por Rui Costa, na Casa Cívil.

O governo já havia decidido manter apenas o diesel verde e não o “renovável” (abrindo para outras rotas) no projeto enviado à Câmara dos Deputados.

Nesta quinta (15/8), a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu o combustível, batizado pela companhia com a marca Diesel R.

Segundo ela, o coprocessamento nas refinarias de petróleo significa uma aliança com o agronegócio.

Para produzir o Diesel R, a Petrobras compra óleo vegetal de produtores nacionais.

Por mais que seja benéfico para o agro, não houve acordo com a FPBio, que defende que as misturas obrigatórias devem ser exclusivas para o biodiesel e diesel verde.