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Diálogos da Transição
eixos.com.br | 05/05/21
Apresentada por
Editada por Nayara Machado
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Os registros de carros elétricos aumentaram 41% em 2020, apesar da desaceleração mundial nas vendas de automóveis por causa da pandemia de covid-19.
No final de 2020, 10 milhões de carros elétricos transitavam no mundo, após uma década de rápido crescimento, mostra o Global EV Outlook 2021 da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês).
Os elétricos tiveram participação de 4,6% nas vendas de carros, com cerca de 3 milhões de unidades vendidas globalmente.
Foi também o ano em que a Europa ultrapassou a China como o maior mercado de veículos elétricos (VE) do mundo pela primeira vez: 1,4 milhão de novos registros na Europa, contra 1,2 milhão na China.
Os Estados Unidos registraram 295 mil novos VEs.
Ônibus e caminhões elétricos também tiveram expansão nos principais mercados, alcançando estoques globais de 600 mil e 31 mil, respectivamente.
A trajetória de crescimento tende a seguir este ano:
No primeiro trimestre de 2021, as vendas globais de carros elétricos aumentaram cerca de 140% em comparação com o mesmo período de 2020, impulsionadas pelas vendas na China de cerca de meio milhão de veículos e na Europa de aproximadamente 450 mil.
Segundo a IEA, a resiliência das vendas no período de pandemia teve como base três pilares principais:
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Estruturas regulatórias de apoio: mesmo antes da pandemia, muitos países estavam fortalecendo políticas importantes, como padrões de emissões de CO2 e mandatos de veículos com emissão zero;
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Incentivos adicionais para proteger vendas de VEs da crise econômica: alguns países europeus aumentaram seus incentivos de compra e a China atrasou a eliminação de seu esquema de subsídios;
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Expansão no número de modelos de VEs e queda contínua no custo da bateria.
Os gastos dos consumidores com a compra de carros elétricos também aumentaram. Em 2020, o mercado movimentou US$ 120 bilhões.
Paralelamente, os governos em todo o mundo gastaram US$ 14 bilhões para apoiar as vendas de carros elétricos, um aumento de 25% em relação a 2019, principalmente com incentivos mais fortes na Europa.
“No entanto, a parcela dos incentivos do governo no gasto total com carros elétricos diminuiu nos últimos cinco anos, sugerindo que os VEs estão se tornando cada vez mais atraentes para os consumidores”, comenta a agência.
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Cenários
A IEA traça dois cenários de expansão do mercado até 2030.
No Cenário de Políticas Declaradas, as políticas existentes em todo o mundo sugerem um estoque de 145 milhões VE em todos os modais (exceto veículos de duas/três rodas), representando 7% da frota de veículos rodoviários.
No Cenário de Desenvolvimento Sustentável, a frota global de VE atinge 230 milhões de veículos em 2030, uma participação de 12%.
Mas, para isso, os governos precisarão acelerar os esforços para atingir as metas climáticas.
Além disso, a IEA indica que será preciso ir além da adoção em massa de veículos leves elétricos para atender às metas climáticas nesta década.
“Os governos também precisarão implementar políticas para promover veículos com emissão zero nos segmentos de médios e pesados e a infraestrutura de carregamento rápido correspondente”, completa.
No curto prazo, a agência sugere que os países continuem a endurecer suas metas de descarbonização, e implementar padrões de economia de combustível e mandatos de VE.
“Tributar gasolina e diesel a taxas que refletem seus impactos ambientais e de saúde humana pode gerar receita do governo, reduzir seus impactos negativos e acelerar a transição para a mobilidade elétrica”, destaca.
Grandes fabricantes de veículos com planos de eletrificação
Dos 20 maiores fabricantes de veículos do mundo — que representaram cerca de 90% dos registros de automóveis novos em 2020 –, 18 declararam planos para ampliar seu portfólio de modelos e aumentar rapidamente a produção de veículos elétricos leves.
Segundo a IEA, a disponibilidade de modelos elétricos para veículos pesados também está crescendo, com quatro grandes fabricantes de caminhões indicando um futuro totalmente elétrico.
Brasil
Lançado em março, o primeiro Anuário Brasileiro de Mobilidade Elétrica (.pdf) mostra que, mesmo com números bem abaixo em relação aos países líderes, 2019 foi relevante para o mercado nacional da mobilidade elétrica.
O registro de veículos elétricos leves de passageiros e comerciais foi três vezes maior, na comparação com 2018, passando de 3.418 para 11.205 unidades.
Embora o mercado aponte que a transição da frota para a eletromobilidade já é viável economicamente, a expansão do uso de elétricos ainda esbarra em questões como políticas públicas e infraestrutura.
No último mês, o programa epbr entrevista conversou com executivos do setor que falam sobre esses desafios da eletromobilidade no Brasil:
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Rafael Moya, gerente de Inovação e Transformação da CPFL Energia
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Adalberto Maluf, diretor de Marketing e Sustentabilidade da BYD Brasil
Já o governo tem reiterado que a descarbonização do setor de transportes terá como base os biocombustíveis.
Na última semana, o Ministério de Minas e Energia (MME) detalhou o programa Combustível do Futuro, que buscará integração de políticas já estabelecidas para o setor.
Quanto à tendência de eletrificação, o MME aposta no conceito de bioeletrificação e nos veículos híbridos.
Curtas
Cerca de 40 empresas do setor alimentício do Reino Unido ameaçaram parar de comprar produtos do Brasil caso seja aprovada uma mudança na lei brasileira que abre o caminho para que parte de áreas públicas desmatadas ilegalmente passe para as mãos dos desmatadores…
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O Chile vai sediar a cúpula internacional de energia limpa CEM12/MI-6, um dos mais importantes encontros sobre inovação, que acontecerá entre 31 de maio e 6 de junho. O encontro reunirá líderes mundiais e acontecerá de forma totalmente virtual. Entre os participantes confirmados estão o enviado especial dos Estados Unidos para assuntos climáticos, John Kerry e o presidente do Fórum Econômico Mundial, Borge Brende. UOL
O MSCI, principal provedor global de dados e índices para investidores, planeja criação de índices que incluam ativos de empresas de biotecnologia, alta tecnologia e energia renovável, que posteriormente poderão ser transformados em ETFs. Escolha dos temas acontece em meio à necessidade de diversificar a carteira de investimentos incluindo aspectos ESG. Valor
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