A senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR) assumiu a relatoria do Projeto de Decreto Legislativo (180/17), que pretende convocar referendo revogatório para suspender a privatização da Eletrobrás e de subsidiárias da Petrobras, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. A autoria do projeto foi assinada por senadores de 14 partidos, entre eles o próprio PMDB do presidente Michel Temer e o PSDB, que fazia parte da base do governo.
No PMDB, além do senador Roberto Requião, que faz oposição do governo Temer desde sua chegada ao poder e se mobilizou pela pauta e conseguiu a maior parte das assinaturas, os senadores Eduardo Braga (PMDB/AM), que foi o último ministro de Minas e Energia do governo Dilma Rousseff, e Renan Calheiros (PMDB/AL), aderiram ao projeto. A senadora Kátia Abreu, que era do MDB, migrou para PDT e agora será candidata a vice-presidente na chapa co Ciro Gomes, também assina o projeto.
A senadora petista assume a relatoria do projeto no momento em que o governo pretende votar o PLC 77/2018, que libera a venda das distribuidoras da Eletrobras, e o PLC 78/2018, que libera a Petrobras para vender até 70% dos campos da cessão onerosa da Bacia de Santos. Parte do governo pretende votar os projetos ainda nesta semana, primeira do esforço concentrado do Congresso no período eleitoral.
Uma das mais fortes vozes contra os dois projetos no Senado, Lindbergh Farias (PT/RJ) afirma que a oposição ainda busca uma estratégia conjunta depois que o líder do governo na Casa, Romero Jucá (MDB/RR) conseguiu reunir na última sessão do Congresso as assinaturas necessárias para pedir a tramitação dos dois projetos em regime de urgência. O pedido de urgência foi lido por Eunício na quarta-feira passada, dia 11, mas a votação para referendar a solicitação deve ocorrer apenas na primeira semana de agosto, após a volta do recesso parlamentar.