BRASÍLIA – A produtora brasileira de bioenergia Raízen anunciou, nesta sexta (2/2), a assinatura de um memorando de entendimento (MoU) com a fabricante chinesa de veículos elétricos BYD para criação de hubs de recarga em oito capitais do Brasil.
De acordo com o comunicado ao mercado, o objetivo é tornar as soluções de recarga mais acessíveis e economicamente viáveis.
As vendas de veículos eletrificados no Brasil em 2023 somaram 93,9 mil unidades, um crescimento de 91% em relação a 2022, de acordo com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). Para 2024, a projeção é de aumento de 61%, mesmo com a retomada da cobrança de impostos de importação desde janeiro.
No entanto, a infraestrutura de recarga ainda é um gargalo para os consumidores. Pesquisa da EY Brasil aponta que a falta de estação de carregamento e infraestrutura inadequada de carregamento desmotivam o investimento nos EVs para 36% e 30% dos entrevistados, respectivamente.
A parceria entre Raízen e BYD quer ajudar a superar essa barreira. O MoU prevê a instalação da solução de recarga Shell Recharge com energia 100% limpa em aproximadamente 600 novos pontos. A expectativa é instalar mais de 18 MW de potência para recarregar veículos elétricos no território nacional.
Expansão da rede de recarga
A Raízen também tem parcerias do tipo com as montadoras de luxo alemãs Audi e Porsche. Em maio de 2023, as empresas anunciaram investimentos de cerca de R$ 24 milhões na instalação de 20 carregadores rápidos, prioritariamente em postos da Shell, até 2024, no programa Shell Recharge.
A rede de recarga será formada por carregadores de 150 kW, que alimentam 80% da bateria em aproximadamente 30 minutos.
Embora o CEO da produtora de etanol, Ricardo Mussa, não enxergue no Brasil a mesma vocação para carros elétricos que outros países, a companhia está avançando no mercado de eletropostos.
Em dezembro de 2023, a Raízen Power, divisão de negócios de eletricidade, adquiriu toda a rede de recarga de veículos elétricos da startup Tupinambá Energia. O investimento na companhia começou em 2022, com aporte de R$ 10 milhões.
O acordo entre as empresas contempla 204 carregadores de corrente alternada (AC) e tem potencial de expandir para mais de 600 pontos adicionais de 7,4 a 22 kW de potência. Este é um novo mercado para a Raízen Power, que até então atuava com carregadores rápidos (DC).
Com a transação, a Tupinambá passa a ser 100% dedicada ao desenvolvimento de tecnologias e softwares de gestão para estações de recarga elétrica. Atualmente, a startup mapeia, por meio de aplicativo, cerca de 2 mil pontos de recarga pelo país.