Uma pesquisa da McKinsey sobre as preferências dos consumidores automotivos nos Estados Unidos descobriu que os entrevistados negros — cujos gastos devem chegar a US$ 190 bilhões até 2030 — eram três vezes mais propensos do que outros entrevistados a expressar interesse em tendências de mobilidade disruptivas, como veículos elétricos.
A pesquisa sugere que 40% dos consumidores negros esperam comprar um veículo elétrico nos próximos dez anos — mas o relacionamento com esses compradores dependerá de seu tratamento equitativo.
A pesquisa parte do recorte étnico para traçar tendências de consumo no mercado automobilístico dos EUA, não apenas elétricos, mas no qual negros e brancos têm perfis diferentes, em razão das inequidades — uma delas o acesso ao crédito, mesmo com a mesma renda.
“A análise da McKinsey sugere que os gastos dos consumidores negros com produtos automotivos atingirão US$190 bilhões até 2030”, diz o relatório (veja na íntegra, em inglês).
Esses consumidores estão particularmente preocupados com a disponibilidade de estações de carregamento e relatam mais dificuldades no acesso a financiamento.
“(…) os consumidores negros têm o dobro da probabilidade dos compradores brancos de serem cobrados de uma taxa de revenda nas compras de seus veículos e têm menos probabilidade de obter aprovação para empréstimos de automóveis em comparação com os tomadores de empréstimos brancos que têm pontuação de crédito e renda semelhantes”, identificou a sondagem.
Para conquistar essa fatia do mercado, os analistas sugerem três ações: oferecer financiamento equitativo aos compradores negros, melhorar o relacionamento com o cliente com estratégias direcionadas e investir na infraestrutura de carregamento — aumentar a confiabilidade da eletromobilidade.
O que leva o consumidor dos EUA à eletromobilidade?
Principais motivos identificados na pesquisa para a decisão de compra de um carro elétrico (negros/não-negros)
- É melhor para o meio ambiente (41%/51%)
- Redução de custos no uso (27%/33%)
- Redução da pegada pessoal de carbono (26%/43%)
- A conveniência de recarregar em casa (25%/24%)
- A performance do carro ou aceleração (23%/13%)
Brasileiro mais aberto à eletrificação
Outro estudo da McKinsey mostra que os brasileiros estão mais abertos à tecnologia do que os cidadãos de países ricos.
Identificou que a mobilidade elétrica vai demandar novos modelos de negócios no Brasil.
Além disso, 70% dos entrevistados consideram aderir a serviços de assinatura de veículos, principalmente, devido à possibilidade de explorar diferentes tipos de soluções de mobilidade (21%) e por conta de uma possível redução nos custos totais de propriedade (18%), uma vez que não seria necessário adquirir os veículos eletrificados, pagando apenas pelo seu uso.
A série de debates dos Diálogos da Transição está de volta, de 29/8 a 2/9