Preços do petróleo atingem maior valor em nove meses com prévia de reunião da OPEP

Reunião da Opep em Viena> Foto: Cortesia Opep
Reunião da Opep em Viena> Foto: Cortesia Opep

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Editada por Gustavo Gaudarde
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Os membros da OPEP+ se reúnem nesta segunda (4/1) para definir os volumes de produção para fevereiro. É o primeiro encontro após a decisão de elevar em 500 mil barris/dia os limites de produção do acordo firmado ano passado e peça-chave da recuperação dos preços da commodity no segundo semestre de 2020.

— O encontro vai definir se mantém a produção atual para fevereiro. A Arábia Saudita resiste a um novo aumento, enquanto a Rússia defende a ampliação da cota, informa a Bloomberg.

— Para o comitê técnico da OPEP, que se reuniu no domingo, a incerteza permanece para a primeira metade do ano, mesmo com a recuperação econômica estimulada pelos governos e o avanço da vacinação.

— A maior parte dos analistas do grupo é contra o aumento da oferta do óleo a partir de fevereiro segundo fontes da Reuters.

A expectativa do mercado por uma decisão conservadora fez os preços do Brent abriram em alta nesta segunda (4), atingindo a máxima de US$ 53,33, maior valor desde março do ano passado. Nos EUA, o WTI era negociado próximo de US$ 49.

— No Oriente Médio, o Irã comunicou autoridades internacionais que deu início à nova fase do plano de enriquecimento de urânio que havia sido paralisado pelo acordo nuclear firmado com os EUA e aliados europeus e posteriormente abandonado por Donald Trump. BBC

— Pode resultar em maior oferta de óleo no mercado. O anúncio iraniano é uma pressão sobre o novo governo dos EUA, para Joe Biden retomar as condições que foram firmadas por Barack Obama e retirar sanções aos negócios com o Irã.

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Petrobras perde arbitragem para Iesa Óleo e Gás. Tribunal de NY decidiu que a petroleira deve pagar US$ 70 milhões, mais juros, em uma disputa envolvendo a construção de módulos para FPSOs.

— “A arbitragem, que corre sob confidencialidade, tinha como objeto um contrato de Engineering Procurement and Construction (EPC) para a construção de módulos para plataformas (FPSOs)”, informou a Petrobras nesta segunda (8).

— A Iesa, em recuperação judicial, foi alvo da Operação Lava Jato em 2014 e, segundo a acusação, foi uma das empreiteiras que pagaram propinas ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o primeiro grande delator do escândalo de corrupção.

— A Iesa também foi uma das empreiteiras que perderam contratos em decorrência das denúncias. Em 2014, a Petrobras rescindiu o pacote 3 dos módulos dos replicantes que havia sido contratado US$ 720 milhões e previa a entrega de 24 módulos para FPSOs.

Adeus, Sete Brasil. Recebendo um valor simbólico de 7 euros, a Petrobras formalizou a venda dos 15% de participação que detinha em empresas da Sete Brasil. Criada em 2010 pela petroleira para construir os navios-sonda que perfurariam no pré-sal, a Sete Brasil pediu recuperação judicial em abril de 2016 sem ter entregado nenhuma das 28 sondas encomendadas.

— Na época, as dívidas da Sete Brasil somavam cerca de R$ 20 bilhões junto a bancos públicos e privados, fundos de pensão e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

— Entre sua fundação e a recuperação judicial, grandes bancos nacionais e estrangeiros, bem como fundos de pensão e o BNDES, aportaram quase US$ 15 bilhões em sucessivas injeções de capital na Sete Brasil. Somente a Petrobras colocou US$ 353 milhões na sua criação.

— Além dos problemas técnicos, como a exigência de um percentual mínimo de conteúdo nacional na construção das sondas, que atrasou bastante o cronograma, a Sete Brasil também foi atingida pela Operação Lava Jato. Money Times

Mais dinheiro da Lava Jato. A Vitol pagou R$ 232,6 milhões à Petrobras em 29 de dezembro, em decorrência de acordo de leniência celebrado entre o Ministério Público Federal (MPF), a Vitol Inc. e a Vitol do Brasil, no início do mês passado. O acordo foi homologado em 18 de dezembro pela Câmara de Combate à Corrupção do MPF.

— A Vitol é uma das maiores tradings de petróleo e derivados do mundo e foi um dos alvos da 57ª fase da Operação Lava Jato, em 2018.

— De acordo com a Petrobras, o total de recursos devolvidos para a companhia em decorrência de acordos de colaboração, leniência e repatriações, no âmbito da Operação Lava Jato, ultrapassa R$ 4,8 bilhões.

Carreiras em extinção. O New York Times mostra como a pandemia afetou o futuro profissional de recém-formados para atuar no setor de óleo e gás dos EUA. De acordo com o jornal, foram fechados mais de 100 mil postos de trabalho na indústria, e alguns deles de forma definitiva.

— Apesar das perdas, a indústria de óleo e gás ainda emprega cerca de 2 milhões de pessoas em posições de liderança. O número ainda é bem maior do que os empregos gerados pela crescente indústria de energia eólica e solar, que totaliza 370 mil empregos, segundo grupos de trading.

Braskem: contratos e arbitragem, A Petrobras e a Braskem assinaram contratos avaliados em R$ 7,6 bilhões e com duração de cinco anos. A maior parcela do acordo, avaliada em R$ 7,4 bilhões, refere-se à venda, pela Petrobras à Braskem, de etano e propano. Os contratos entraram em vigor em 1º de janeiro de 2021.

— Em contrapartida, a Petrobras comprará um total de R$ 200 milhões em hidrogênio da Braskem, o equivalente a 5,2 mil toneladas por ano. Money Times

— Em 28 de dezembro, a Petrobras apresentou requerimento de arbitragem com demanda indenizatória estimada em cerca de R$ 800 milhões contra a Odebrecht, com fundamento no acordo de acionistas referente à Braskem, por violações aos seus termos.

Compass na Gaspetro A Petrobras decidiu manter a Compass, do Grupo Cosan, no processo de venda de 51% da Gaspetro. A decisão foi motivada, segundo a empresa, por ofício do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) informando que a permanência da companhia na concorrência não caracteriza descumprimento do Termo de Compromisso de Cessação (TCC).

— O projeto está atualmente em fase vinculante. A Compass cotou o negócio em cerca de US$ 1 bilhão. A Petrobras recebeu mais duas propostas, da Sobek Energia e do grupo GP Investimentos.

— A Gaspetro detém participações em 19 concessionárias que exploram com exclusividade os serviços locais de distribuição de gás canalizado em diversos estados do Brasil. A Mitsui é sócia da Petrobras na empresa, com 49%. Em novembro passado, o Valor Econômico noticiou que a empresa japonesa também estuda vender sua fatia na subsidiária.

— Além da Compass, a Cosan controla a Comgás, a maior distribuidora de gás canalizado do país, que têm uma das concessões estaduais em São Paulo. epbr

Solar em alta Apesar do dólar valorizado e da crise desencadeada pela pandemia, a demanda por painéis solares no Brasil se mantém alta. Dados do governo sobre a importação de módulos ou painéis mostram que de janeiro a novembro de 2020, o país importou 22,5 milhões de placas, 7,1 milhões a mais do que no mesmo período do ano anterior. Folha de SP

Importação de energia recorde. O volume de energia importada da Argentina em novembro passado, por meio da transmissora Enel Cien, cresceu 2,4 vezes sobre igual período de 2019, chegando a 1.161 gigawatts-hora. Segundo a empresa, são os maiores níveis de importação desde o ano 2000, quando a transmissora iniciou suas operações.

— Em 2020, até 17 de dezembro, foram importados 2.300 GWh, o equivalente a 15% da carga da Região Sul. No acumulado do ano, a empresa registrou o terceiro maior volume.

— Apesar do aumento das chuvas na região Sudeste e Centro-Oeste no período úmido, o volume de energia importada no ano cresceu 8%. Estadão/Broadcast

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