Mercado de gás

PPSA planeja vender gás da União no sistema de escoamento no 2º semestre

Estatal quer testar comercialização em outros elos da cadeia; hoje todo o gás é vendido para a Petrobras

Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) se prepara para vender gás da União no sistema de escoamento no 2º semestre de 2024. Na imagem: Tabita Loureiro, presidente interina da Pré-Sal Petróleo, participa do 6º Fórum Técnico da PPSA (Reprodução: Youtube)
Tabita Loureiro participa do 6º Fórum Técnico da PPSA (Reprodução: Youtube)

RIO – A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) espera lançar no segundo semestre uma concorrência para vender, pela primeira vez, a parcela de gás natural que cabe à União nos contratos de partilha no Sistema Integrado de Escoamento (SIE).

A presidente interina da estatal, Tabita Loureiro, afirmou nesta quarta (28/2) que, para isso, aguarda uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizando a PPSA a comercializar os volumes no SIE. A expectativa é que isso ocorra no 1º semestre.

A iniciativa permitiria que outras empresas comprem a molécula da estatal. Hoje, todo gás da União é comercializado diretamente com a Petrobras, na própria plataforma.

O plano da PPSA é começar a explorar este ano outras formas de venda, nas etapas seguintes da cadeia do gás – primeiramente no SIE e, depois, possivelmente a partir de 2026, no Sistema Integrado de Processamento (SIP), onde outros agentes têm acordos com a Petrobras para acesso da infraestrutura.

O objetivo é ganhar expertise na comercialização nesses elos da cadeia, enquanto os volumes de gás da União ainda são pequenos. A PPSA projeta um salto no gás que a União terá direito nos contratos de partilha a partir de 2027. Daí a necessidade de começar a testar, já, novas opções de comercialização.

Para 2024, segundo Tabita Loureiro, a previsão é que a parcela da produção da União fique em torno de 150 mil a 200 mil m3/dia.

Esse volume cresce para 200 mil a 300 mil m3/dia entre 2025 e 2026 e salta a partir de 2027, para 1,8 milhão de m3/dia. A previsão é que, no pico, a parcela de gás da União atinja os 3,5 milhões de m3/dia em 2029.

“Nosso desejo é ganhar competitividade e entrar um pouco mais à frente [na cadeia] para acessar o SIE e o SIP”, comentou a executiva, durante o lançamento do Plano Indicativo de Processamento e Escoamento de Gás (Pipe), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

O SIP reúne as unidades de processamento de gás da Petrobras no eixo Rio-São Paulo: a UTGCA (Caraguatatuba/SP), a UTGCAB (Cabiúnas/RJ) e a futura UTGITB (Gaslub/RJ).

Os ativos estão disponíveis para uso compartilhado com outras companhias. Dentre as empresas que têm acesso ao sistema estão a Petrogal, Shell e a CNOOC

Já o SIE inclui três sistemas de gasodutos de escoamento de propriedade da Petrobras, Shell, Petrogal e Repsol Sinopec. Isso inclui os gasodutos de escoamento Rotas 1 e 2, operacionais, e a Rota 3, em construção. Outras empresas, como a CNOOC, também têm acordo para acesso ao SIE.